São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Indústria paga para criança não trabalhar

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA FOLHA RIBEIRÃO

Com o objetivo de reduzir os índices de trabalho infantil em Franca (401 km ao norte de São Paulo), o Instituto Pró-Criança atende pelo menos 1.200 crianças carentes.
Relatório do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, divulgado pela Folha em outubro de 94, afirmava que cerca de 1.100 crianças menores de 14 anos trabalhavam na produção da indústria calçadista, a principal atividade econômica da cidade.
O instituto foi criado em 95, por empresas privadas até hoje responsáveis por seu funcionamento. Das 61 empresas que o mantêm, 55 são calçadistas. Segundo seus criadores, o projeto não tem ligação com a pesquisa americana.
"As crianças que estão conosco ficam meio período na escola e meio período no instituto", afirma o empresário calçadista Élcio Jacometti, presidente do instituto.
Segundo ele, os cerca de 140 eventos do instituto neste ano devem contar com a participação de pelo menos 2.000 crianças.
Ele afirma que o instituto não tem dados sobre o número de beneficiados que trabalhavam na fabricação de calçadas ou em outros empregos. "Isso depende de uma pesquisa séria. Nosso trabalho é aberto a crianças e adolescentes carentes em geral", afirma.
Em 97, o instituto deve movimentar R$ 500 mil, entre parcerias e contribuições, só na realização de eventos. Para manter o projeto, os 61 associados contribuem com verbas mensais, conforme a capacidade de cada um.
Casemiro Filho diz ser impossível estimar o valor gasto com cada criança. "Isso é difícil porque trabalhamos em parceria, ganhamos bolsas de estudo, por exemplo, que eu nem sei quanto valem."

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