São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Guarda pede demissão de 5 integrantes

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

O comando da Guarda Civil Metropolitana (GCM) decidiu demitir os cinco guardas-civis acusados de espancar até a morte o estudante Maurício Marins Ferreira, 20.
O crime aconteceu na rua São José do Rio Preto, no Grajáu (extremo sul de São Paulo), na madrugada de domingo.
O coordenador da GCM, coronel Emílio Wagner Jorge Kourrouski, afirmou que enviará hoje um ofício ao secretário municipal de Governo, Edevaldo Alves da Silva, pedindo a demissão dos cinco acusados pela morte. Como a GCM é subordinada à secretaria, seus funcionários só podem ser demitidos por ordem do secretário.
A Folha apurou ontem que Edevaldo Alves da Silva deve atender ao pedido da GCM e demitir imediatamente os cinco guarda-civis.
Os acusados são José Maria Miranda Forte, 31, Romildo de Oliveira Gomes, 26, Ailton de Oliveira Prado, 30, Aloísio Craiba Silva, 34, e Gilson Mauro Reis de Souza, 31.
Eles foram presos no domingo à tarde no 25º DP (Parelheiros) e autuados em flagrante por homicídio doloso e lesões corporais.
Após o flagrante, eles foram transferidos ao 81º DP (Belenzinho), reservado a policiais e detentos com curso superior.
Segundo a polícia, Maurício e dois amigos, o office boy Haroldo Rodrigues Ferreira, 26, e o operador de produção Claudemir Luques, 24, teriam sido espancados por cerca de meia hora dentro de um posto da GCM após discutirem com os cinco guardas-civis.
Maurício, o mais franzino dos três, morreu de hemorragia interna no hospital Osec. Haroldo e Claudemir ficaram feridos, mas já receberam alta médica.
O pedido de demissão dos guardas-civis foi decidido por uma comissão que elaborou um inquérito administrativo sobre o caso.
O inquérito foi iniciado e concluído ontem, considerando os acusados culpados.
"Eles contrariaram as normas da GCM e devem ser demitidos a bem do serviço público", disse Kourrouski. "Mesmo quem não participou diretamente foi conivente e merece ser punido."
A comissão de investigação ouviu ontem os acusados. Segundo Kourrouski, eles confessaram o crime, confirmando a mesma versão apresentada ao delegado Irai Santos de Paula, do 25º DP. Kourrouski afirmou que o pedido de demissão independe da decisão que a Justiça tiver sobre o caso.

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