São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Estrangeiros já enviaram US$ 822 mi

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O investimento estrangeiro em ações na Bolsa de Valores de São Paulo continua forte. Até o dia 20, segundo a Bovespa, entraram US$ 140,7 milhões, acumulando saldo de US$ 822,4 milhões no ano.
O resultado é bastante próximo ao registrado no ano passado, quando nos dois primeiros meses do ano os investidores estrangeiros compraram US$ 969 milhões em papéis da Bovespa.
Todo esse volume de recursos, mais a decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) negando o pedido de suspensão da privatização da banda B da telefonia celular, animaram o mercado ontem.
Na máxima, o Ibovespa, índice dos principais papéis, chegou a registrar alta de 2,5%, com Telebrás PN sendo negociada a R$ 107,20 (o lote de mil ações).
Já no meio da tarde o mercado perdia um pouco do gás, mas ainda assim fechou com alta de 2,1% (Telebrás PN a R$ 106,80).
Câmbio
O mercado de câmbio futuro, negociado na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), viveu ontem mais um dia de queda nas cotações da maioria dos contratos.
Aqueles com vencimento no início de outubro foram os que mais recuaram: registraram queda de 0,16% no dia.
Economia norte-americana
O vigor da economia norte-americana nesses últimos tempos -que tem inflado os preços das ações em Wall Street- se explica pelo ajuste que o país viveu durante os anos 80, segundo a avaliação do economista brasileiro José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Chigago.
Scheinkman veio a São Paulo nesta semana participar de seminário promovido pela Bovespa sobre os sistemas de poupança e o desenvolvimento econômico.
"Foi um ajuste forte que serviu para o setor público, que reduziu seu déficit, e para o setor privado, que se modernizou tecnologicamente. Esse ajuste está agora dando frutos", disse à Folha.
O economista discorda dos que acreditam que é incompatível manter a economia crescendo com inflação baixa.
"Estabilidade e crescimento não são incompatíveis, desde que a situação fiscal esteja sob controle", afirmou, fiel à ortodoxia da escola de Chigago, de Milton Friedman.

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