São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997 |
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SMASHING PUMPKINS a melancolia de 30 milhões de CDs
PATRICIA DECIA
Hoje à noite, a banda disputa, graças ao disco, sete prêmios Grammy, uma espécie de Oscar da indústria fonográfica dos Estados Unidos. É o segundo maior número de indicações, perdendo apenas para o produtor Kenneth "Babyface" Edmonds, que concorre por vários trabalhos (leia texto abaixo). Outra novidade, é o lançamento na Brasil da caixa de singles "The Aeroplane Flies High". Com cinco CDs, a edição reúne os singles de "Mellon Collie and the Infinite Sadness", com faixas extra e cinco gravações de covers, "músicas da adolescência" da banda, segundo afirmou à Folha, em entrevista por fax, o vocalista e guitarrista Billy Corgan. A caixa, concebida como item de colecionador, teve sua primeira edição norte-americana, de 200 mil exemplares, completamente esgotada e, segundo a gravadora Virgin, teve que ser reeditada devido à demanda. Corgan considera que a banda ficou muito maior do que ele imaginava e reclama da falta de privacidade, mas afirma que o sucesso não alterou seu trabalho. "Escrevo canções sobre a vida, nada mais", disse. Esse é o tema -e só o que ele adianta- do próximo álbum dos Pumpkins, que já está sendo preparado. "Álbum Branco" Lançado no final de 95, "Mellon Collie..." chegou imediatamente ao número 1 da parada Billboard. Em uma semana, ultrapassou a marca de 1 milhão de cópias vendidas. Em seis meses, foram mais de 7 milhões de discos, só no mercado norte-americano. O surpreendente sucesso comercial e a consideração de que a banda aproveitou a chance para fazer experimentalismos renderam a comparação de "Mellon Collie" com o "Álbum Branco" dos Beatles. "Isso é muito lisonjeador, porém impreciso", disse Corgan. O êxito dos Pumpkins é também o melhor exemplo da teoria de que a música alternativa é hoje o "mainstream" das rádios, processo que teria sido desencadeado após o lançamento do álbum "Nevermind", do Nirvana. "Isso é besteira, nem toda banda alternativa vende bem", rebate Corgan. Mas 96 também foi um ano conturbado para os Pumpkins. Jonathan Melvoin, tecladista de apoio, morreu vítima de uma overdose de heroína. O baterista Jimmy Chamberlin, que estava com Melvoin, foi expulso da banda. Corgan, que se recusa a comentar o incidente, diz ainda não saber se os Pumpkins terão novamente um baterista permanente, ou se voltarão a usar bateria eletrônica, como no início da carreira. Ele não esconde, no entanto, sua preferência por música eletrônica. "É muito mais empolgante", afirmou o guitarrista. Para os fãs brasileiros, uma boa notícia. Corgan afirma, em letras maiúsculas, que a banda volta a tocar no Brasil. Mas, por enquanto, não há datas definidas. Texto Anterior: Masp expõe livro 'museológico' Próximo Texto: Billy Corgan encaixota a obsessão por sua música Índice |
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