São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997 |
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Bombas em área islâmica da China matam 2 pessoas
JAIME SPITZCOVSKY
Os principais suspeitos da autoria dos atentados são separatistas muçulmanos da etnia uigur, que querem proclamar a independência do "Turquestão Oriental". Os ataques teriam como objetivo desafiar Pequim no último dia do luto oficial e jogar luzes sobre um dos principais problemas para o governo chinês na era pós-Deng. Nos dias 5 e 6 de fevereiro, uma onda de violência na cidade de Yining deixou pelo menos nove mortos e 198 feridos. Os manifestantes muçulmanos atacaram casas, lojas e carros de chineses. Foi uma das principais manifestações pela independência da área desde que os comunistas chineses chegaram ao poder, em 1949. A polícia prendeu cerca de 300 suspeitos de envolvimento na onda de violência. Pequim afirma que vários deles já foram soltos. Pelo menos 200 pessoas morreram na repressão às manifestações de Yining, afirmaram ontem ativistas do Movimento Nacional Uigur, numa entrevista em Moscou. Os separatistas uigures contam com organizações exiladas no Cazaquistão, Rússia e Turquia. Mas seu movimento enfrenta a falta de apoio internacional e a intensa vigilância da polícia chinesa. As bombas de ontem representam a primeira onda de violência desde os eventos de Yining. As bombas explodiram em ônibus que circulavam no centro de Urumqi (pronuncia-se urumtchi). As mortes foram anunciadas pelo Hospital do Povo, um dos principais da capital da região. Os uigures e outras etnias muçulmanas são maioria em Xinjiang Uygur, que significa "nova fronteira" em chinês. Chineses são 38% da população. Pequim argumenta que seus "laços históricos" com a região datam do século 1º a.C., antes da chegada dos uigures. Os separatistas querem recriar uma república que existiu entre 1944 e 1949. Próximo Texto: Elite política se reúne para lembrar Deng Índice |
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