São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997
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BC manda suspender negócios com papéis

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central atendeu a orientação da CPI dos Precatórios e determinou ao mercado financeiro que não negocie títulos estaduais e municipais sob suspeita que ainda não estão em circulação.
Segundo dados da Cetip, central que cuida do registro de títulos negociados no mercado, os papéis cuja negociação foi suspensa pelo BC somam R$ 311 milhões.
São papéis cuja emissão já foi autorizada pelo Senado, mas que não estão em poder de bancos, corretoras ou distribuidoras. Estão com os Estados e municípios.
Esse volume já foi maior -era estimado em mais de R$ 1 bilhão. É provável que, nos últimos dias, o mercado tenha se desfeito dos papéis cujas emissões estão sendo investigadas pela CPI.
Desde a semana passada, o BC vinha orientando o sistema bancário a trocar esses papéis.
A suspensão foi comunicada ao mercado financeiro na noite de terça-feira.
O comunicado do BC determina a "suspensão temporária dos títulos futuros estaduais e municipais emitidos para financiar precatórios judiciais".
Os prefeitos e governadores que quiserem vender no mercado os papéis que já tiveram emissão autorizada pelo Senado vão ter que fazer um novo pedido para a CPI dos Precatórios.
Essa é uma alternativa estudada pelos senadores para suspender a venda de novos papéis até que a CPI apure as supostas irregularidades cometidas nas emissões.
O senador Vilson Kleinubing (PFL-SC) estima que exista R$ 1 bilhão em títulos que já obtiveram a autorização do Senado, mas que ainda não foram vendidos.
Os senadores da CPI estão discutindo a proposta com o diretor de Fiscalização do Banco Central, Cláudio Mauch, que estuda baixar uma norma nos próximos dias.
Os senadores querem que os governos submetam as novas emissões à CPI, que deverá analisá-las e autorizá-las caso a caso.
O objetivo é evitar que as empresas supostamente envolvidas no esquema de compra de títulos públicos voltem a participar das novas emissões.
A CPI só autorizaria as vendas dos novos títulos se ficasse comprovada a idoneidade que quem está se propondo a comprar.

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