São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997
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IBF também operou com títulos federais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A partir de investigações da Polícia Federal, a CPI dos Precatórios fez duas novas descobertas sobre a IBF Factoring, que lucrou exatos R$ 125,3 milhões em operações irregulares no mercado financeiro.
A empresa priorizou sua movimentação bancária na agência paulistana do Banco Dimensão e fez operações com papéis federais (como Títulos da Dívida Agrária e debêntures da Siderbrás).
Segundo o relatório confidencial da PF, as operações da IBF com títulos públicos "produziram lucros exorbitantes", com ganhos de até R$ 1,3 milhão em um único dia.
Um dos próximos passos da PF será uma investigação minuciosa na conta bancária da IBF no Banco Dimensão, que movimentou "R$ 123 milhões em lucros" com as transações com títulos públicos.
O relatório da PF afirma que nunca foi enviado para a empresa nenhum extrato bancário relativo à conta no Banco Dimensão.
A PF pretende descobrir agora o endereço dos responsáveis pela movimentação da conta.
Os senadores que compõem a CPI esperam que isso revele os verdadeiros destinatários dos cheques emitidos pela IBF Factoring e compensados pelo Dimensão.
O relatório da PF confirma que Ibraim Borges Filho, dono da IBF, recebeu R$ 80 mil para "vender" os cheques da sua empresa para a Split DTVM.
O diretor administrativo do Banco Dimensão, Rubens Guimarães, disse à Folha que a instituição não envia extratos para seus clientes. "Os correntistas é que vêm ao banco pegar os extratos", afirmou.
Liquidação
O BC liquidou ontem a Divisa Factoring, empresa controlada pelo Banco Maxi-Divisa.
O Maxi-Divisa foi uma das 15 instituições liquidadas pelo BC na última sexta-feira devido a envolvimento em operações irregulares com títulos públicos.

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