São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997
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Começa interrogatório dos acusados

DA REPORTAGEM LOCAL

Começou ontem o interrogatório das sete pessoas denunciadas sob acusação de serem responsáveis pela explosão no Osasco Plaza Shopping. Até as 18h de ontem, a audiência na 2ª Vara Criminal não havia terminado. A explosão aconteceu em Osasco (Grande São Paulo) no dia 11 de junho de 96, matou 42 pessoas e deixou mais de 100 feridos.
Os dois primeiros a depor ontem foram o engenheiro Manoel Teixeira Junior, da empresa BRR, gerenciadora da obra, e o gerente de operações do Osasco Plaza Shopping, o engenheiro Antônio das Graças Fernandes.
Além deles, ainda deveriam ser ouvidos o superintendente do shopping, David Rocha, e Marcelo Zanotto, diretor do Osasco Plaza. Os outros três não compareceram à audiência, todos funcionários da construtora Wysling Gomes.
Cid Vieira de Souza, advogados dos réus, disse que o motivo do não comparecimento foi um pedido feito à juíza Paula Regina Saraiva para que os funcionários da construtora sejam interrogados em São Paulo, por meio de carta precatória.
O advogado afirmou que irá pedir explicações sobre detalhes técnicos do laudo do IC (Instituto de Criminalística), a fim de resolver dúvidas no processo. "O laudo não resiste a uma avaliação técnica. Meus clientes só cumpriram o projeto da construção", disse.
Os funcionários da construtora estão sendo acusados de explosão culposa (quando não há a intenção de provocar o resultado). Essa também é a acusação contra o funcionário da BRR.
Rocha, Zanotto e Fernandes, da B-7 Participações, dona do shopping, são acusados de explosão com dolo eventual (teriam se comportado como se assumissem o risco de produzir a explosão).
A assessoria desses acusados informou que a defesa deles é baseada no laudo do IC que apontou ser impossível prevenir o vazamento de gás onde ele ocorreu.
O acidente no shopping foi causado pelo vazamento de GLP (gás de cozinha) numa tubulação desativada no subsolo do shopping. Essa tubulação estava confinada em um vão sem ventilação entre o revestimento do piso e o solo.
Cerca de 30 pessoas, vítimas da explosão e seus familiares, foram ontem ao Fórum de Osasco. Eles protestaram pedindo o pagamento de indenizações e a condenação criminal dos acusados. "Os envolvidos continuam fazendo jogo de empurra", disse a líder da manifestação, Sandra Nogueira.

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