São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997 |
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Ro-Ro estréia em a-go-gol
MATINAS SUZUKI JR.
Desde Pelé e Garrincha, há mais de trinta anos, um dueto de jogadores não era tão desejado em uma seleção. O ambiente não poderia ser melhor escolhido. O coração do Brasil adora duplas (somos ambíguos, gostamos do duplo sentido, da dose dupla), de Cascatinha e Inhana, de Tonico e Tinoco, dos goianos Leandro e Leonardo. Assim, a dupla Ro-Ro (mulatos de camisa amarela, como na canção de Ary Barroso, e de novo anil no calção) surgiu, para o futebol em ritmo de a-Gô-Gô -Goiânia, Goiás)- um lugar onde se tem a impressão de que tudo está dando certo (o Brasil e mais um de seus duplos). Aliás, não era ritmo de a-Gô-Gô. Era ritmo a-go-gol. Às 21h46 de 26 de fevereiro de 97, mal havia começado o amistoso, estabeleceu-se pela primeira vez a ligação da dupla Romário e Ronaldinho. O primeiro, no meio-campo, enfia um lançamento cheio de efeito para o segundo, que, contudo, não consegue chegar à bola. A partir daí, eles tentaram se falar por 22 vezes. O primeiro gol da dupla nasceu de um toque rápido de Romário para Ronaldinho, numa cobrança de falta. O segundo, em um ataque rápido, Romário serve novamente Ronaldinho, que, num tirombaço faz o quarto. Entre os dois gols, o momento sublime: Romário lança para Ronaldinho, de letra. O estádio exultante grita Romário, Romário. Romário teve a bola a seus pés por 57 vezes (Ronaldinho, por 31). Foi o senhor do jogo. Na quase absoluta das vezes em que pegou na bola, o futebol mudou de plano, ficou superior. Ele deslocou-se, voltou para armar, lançou. Chegou até a perder um gol facílimo de ser marcado. O que interessava neste jogo era a volta de Romário à seleção. E ele foi definitivo. Se você pegar o 9 do Ronaldinho e somar com o 11 do Romário verá que eles formam o casal 20 do futebol brasileiro. Texto Anterior: Dupla não encontra hoje rivais Próximo Texto: Atacantes só devem se reunir em junho Índice |
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