São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gerda Brentani comemora 91 anos com exposição no MAC

CASSIANO ELEK MACHADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Gerda Brentani sempre andou alguns passos à frente do resto das coisas.
Hoje, a artista plástica assopra sua 91ª velinha com uma amostra do que a "velocidade" transmitiu à sua obra.
Ela inaugura exposição com duas séries de desenhos inéditos, produzidos entre 1987 e 1996, no Museu de Arte Contemporânea da USP.
O primeiro desenho de Gerda Brentani, uma lagartixa branca e sem olhos, nasceu em 1913, antes mesmo da Primeira Guerra Mundial.
A família ficou tão eufórica com o desenho da menina que ela, envergonhada, parou de desenhar.
Música e dança
Aprendeu piano, dançou com Mary Wigman -aluna de Isadora Duncan e uma das precursoras da dança moderna- a ponto de ser convidada para dançar na Ópera de Viena.
No período, também conviveu com escritores do calibre de Thomas Mann e Ítalo Svevo, amigos de seus pais.
Em 1938 deixou para trás a cidade de Trieste, em que nasceu, ainda no Império Austro-Húngaro. Sua família havia sido designada para hospedar o ditador italiano Benito Mussolini.
Os pais da futura artista plástica recusaram a tarefa.
Depois de algumas semanas na Argentina, em Buenos Aires, Brentani veio ao Brasil, país que lhe encantou, onde foi descoberta por Ernesto de Fiore.
Tarsila
Com uma autocrítica que ela qualifica de feroz, Gerda conta que aprendeu a não rasgar seus trabalhos com Tarsila do Amaral.
Em 1993, Gerda escreveu e ilustrou o livro infantil "Eu me Lembro", pela Companhia das Letrinhas, em que ela conta as suas memórias da chegada da luz elétrica, do bonde, do automóvel -ao qual precisava se agarrar forte, porque corria a 25 quilômetros por hora.

Exposição: Gerda Brentani Vernissage: hoje, às 19h
Quando: segunda a sexta, das 12h às 20h. Sábado, das 9h às 13h. Até 30 de março Onde: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (r. da Reitoria, 160, Cidade Universitária, zona oeste, tel. 818-3538)
Quanto: entrada franca

Texto Anterior: Obra protege o artista
Próximo Texto: Vânia Mignone preenche Sesc de 'momentos que não se percebe'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.