São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 1997![]() |
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Clinton hospedou doadores na Casa Branca
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O caso das doações a Clinton ganhou nova dimensão depois da revelação de que ele, em nota manuscrita a seus assessores, aprovara há dois anos a idéia de levar à Casa Branca para encontros consigo pessoas que dessem US$ 50 mil ou mais à campanha. Clinton também escreveu: "Estou pronto para começar de imediato as estadias à noite", em referência a convites para doadores se hospedarem no Quarto de Lincoln, na casa oficial da Presidência. Segundo documentos entregues pelo governo à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o assunto, 938 pessoas passaram pelo menos uma noite na Casa Branca. A maioria delas deu pelo menos US$ 50 mil para a campanha. Segundo a rede de TV CNN, as contribuições dos hóspedes de Clinton somaram US$ 4 milhões. O presidente defendeu suas ações ontem: "Nunca se pediu dinheiro a ninguém em troca desses encontros. Eu não acho que pessoas que apóiam você e ajudam você em momentos difíceis, que acreditam em você, devam ser desqualificadas como hóspedes do presidente na Casa Branca". Os métodos usados pelo Partido Democrata para arrecadar fundos para a reeleição de Clinton estão sendo questionados por vários motivos. Pelo menos US$ 6 milhões já foram devolvidos por suspeita de terem sido obtidos de empresas ou cidadãos estrangeiros, o que é contra a lei em vigor. Há acusações de propostas de lavagem de dinheiro e suspeitas de que autoridades chinesas possam ter ajudado a obter doações para a campanha de Clinton. O jornal "The New York Times" de ontem afirma que alguns cabos eleitorais de Clinton "explicitamente venderam convites para encontros com o presidente (...) em geral por US$ 50 mil, mas até por US$ 100 mil". Entre as pessoas recebidas na Casa Branca e que deram contribuições à campanha estavam pelo menos duas condenadas pela Justiça (uma por tráfico de drogas e outra por fraude financeira) e outra envolvida em contrabando de armas. O senador Daniel Moynihan tornou-se ontem o primeiro parlamentar do partido de Clinton a juntar-se à oposição no pedido para que um promotor independente investigue o caso. Sua solicitação foi enviada à secretária Reno junto com a do líder da oposição, Trent Lott. Reno já negou três pedidos anteriores com o mesmo objetivo por achar que não havia evidências de crime. Texto Anterior: Estudo duvida de astro fora do Sistema Solar; MRTA admite diminuir exigências para acordo; Refém americano é morto na Colômbia; Guerrilheiro do Zaire e Mandela se reúnem; Rei do Camboja pode renunciar ao cargo; Varsóvia apura crime em fogo na sinagoga Próximo Texto: OS CONVIDADOS Índice |
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