São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 1997
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Sem-terra quer apuração

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANDOVALINA

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vai pedir ao Ministério Público abertura de ação contra a Polícia Militar e um delegado de polícia por abuso de poder na mediação dos conflitos de terra no Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo).
O movimento afirma que a operação desencadeada pela polícia para vistoriar acampamentos e casas de assentados na procura de líderes foi feita sem mandado judicial e que isso seria ilegal.
A polícia procura os líderes do MST José Rainha Jr., Cláudio Cano, Laercio Barbosa e Felinto Procópio, que tiveram prisão preventiva decretada na segunda-feira e estão foragidos. Márcio Barreto, outro líder, está preso.
Os cinco teriam quebrado fiança concedida pela Justiça, ao tentar invadir a fazenda São Domingos, no domingo.
No conflito, oito sem-terra foram feridos à bala. Manoel Domingos Neto, filho do dono da fazenda, e quatro seguranças foram presos, acusados pelos disparos.
Para formalizar o pedido de ação contra a polícia, cerca de cem acampados devem registrar hoje, na delegacia de Teodoro Sampaio (710 km a oeste de São Paulo), boletins individuais de ocorrência cujas cópias serão enviadas para o procurador-geral do Estado, Luiz Antonio Marrey.
Delegado
Os sem-terra pretendem denunciar também o delegado de Sandovalina (640 km a oeste de São Paulo), Marco Antonio Scaliante Fogolin.
Eles o acusam de manter "relações promíscuas" ao andar em carros de fazendeiros na procura dos líderes.
O subcomandante da PM na região, major Augusto Cunha, disse que há um mandado de busca expedido pela Justiça, mas não soube explicar se relaciona todas as residências que deveriam ser revistadas.
O delegado Fogolin -autor do pedido de prisão preventiva dos cinco, por formação de bando e quadrilha- não quis falar sobre o caso.

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