São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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Títulos negociados não são registrados

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As corretoras que compraram títulos de Santa Catarina não conseguiram ontem fazer o registro das operações com os papéis.
Com isso, ficou confirmado que, pelo menos até ontem, a suspensão das operações com títulos determinada pela CPI foi mais ampla do que queriam os senadores Vilson Kleinubing (PFL-SC) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
A suspensão dos negócios com esses papéis causou anteontem um racha na CPI dos títulos públicos.
No centro das divergências está um requerimento de Kleinubing, enviado ao Banco Central, que suspende novos negócios com títulos de Estados e municípios.
Anteontem, em reunião secreta, Kleinubing juntou-se à Barbalho na defesa da revisão do requerimento, de forma a abrandar a suspensão dos negócios com títulos.
Eles sustentam que a flexibilização seria uma forma de salvar a corretora Cedro e o banco Porto Seguro, supostamente envolvidos no esquema dos títulos, que compraram papéis de Santa Catarina.
Os dois grupos divergem especificamente sobre a suspensão dos registros na Cetip (Centro Especial de Custódia e Liquidação de Títulos Públicos) de operações de financiamento de títulos.
O mecanismo de financiamento funciona assim: uma instituição compra durante o dia um lote de títulos. No fim do dia, ela fica sem dinheiro para fechar o caixa.
A instituição recorre, então, ao fundo de liquidez do Estado. Levanta um empréstimo e oferece como garantia o lote de títulos estaduais que tem em carteira.
Essas operações com o fundo de liquidez têm prazo de vencimento curto, e devem ser renovadas todo dia. Para tanto, deve haver o registro na Cetip.
Um comunicado enviado pelo BC na última quarta, a pedido da CPI, impede que a Cetip faça o registro de operações garantidos com os títulos.

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