São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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Flagrantes de droga lideram operação

DA REPORTAGEM LOCAL

O CPChoq (Comando de Policiamento de Choque) divulgou ontem o balanço das duas primeiras semanas da "Operação Centro". Ao todo, 38 flagrantes foram feitos, 19 deles ligados ao tráfico e consumo de drogas.
Iniciada no último dia 18, a operação terminará no próximo dia 3. Nela, estão sendo empregados entre 320 e 200 homens da tropa de choque em uma experiência que poderá ser ampliada para outras áreas da cidade de São Paulo.
Além do aumento do policiamento, houve uma mudança de orientação na atuação dos policiais. Eles passaram a abordar menores de rua, mendigos e encaminhá-los, respectivamente, ao SOS Criança e a albergues.
Os policiais conduziram 320 mendigos a albergues municipais e instituições beneficentes. "Isso passou a acontecer a partir do terceiro dia de operação, quando os mendigos deixaram de ser levados às delegacias", disse o coronel.
A polícia também levou 747 pessoas aos distritos policiais, capturou sete foragidos da Justiça e levou 16 ambulantes à Administração Regional da Sé. Além dos flagrante ligados às drogas, fez também 14 flagrantes de roubo.
Marketing
Para o deputado estadual Elói Pietá (PT), da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, a tropa de choque foi deslocada de sua finalidade, o combate ao crime, para agir em uma função que é de outros órgãos, como a Guarda Civil Metropolitana e o SOS Criança.
"Essa operação começou errada pela falta de planejamento e pelo tipo de órgão, a PM, que a chefiou. Deveria ter sido feita sob a direção de órgãos da área social. Ela serviu apenas ao marketing de uma corporação", disse.
O coronel disse que o maior êxito da "Operação Centro" foi conseguir envolver outros órgão dos governos municipal e estadual. "Formamos um grupo de trabalho para tratar dos problemas sociais", disse.
Segundo ele, a experiência da operação mostrou que o policial militar não pode mais patrulhar as ruas sem se importar com menores abandonas, idosos carentes e mendigos. "Não podemos passar pelas esquinas atrás de criminosos como se não existissem os problemas sociais", disse.
No próximo dia 4, o CPChoq entregará ao comando da PM um relatório sobre a operação. Após o balanço, o comando decidirá o destino dessa experiência da Polícia Militar.

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