São Paulo, sábado, 1 de março de 1997 |
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Cobrador se contradiz sobre mortes
CRISTINA RIGITANO
Segundo Azevedo, ora Souza dizia que o assassino dos rapazes era negro, ora dizia que era branco. "Ele também não soube dizer se havia um ou dois assassinos", disse o delegado. Segundo Azevedo, um único homem não conseguiria manter cinco garotos estáticos. "Quando atirasse no primeiro, os outros correriam", disse. Dono da pistola calibre 380, usada no crime, o guarda Municipal Cláudio Bicalho da Silva, o Bacurau -segurança da Viação Santo Antônio-, 30, está preso desde a semana passada. Ele diz que Clóvis Cruz de SantÁnna -principal suspeito da chacina- tirou sua arma à força. A polícia tem informação de que Bacurau e SantÁnna são primos. "Ora o trocador dizia que Bacurau desceu, ora dizia que seguiu viagem", disse Azevedo. O trocador e o motorista Jorge Mendes tiveram prisão provisória decretada semana passada e, ontem, se apresentaram à polícia. Eles prestaram depoimento e estão presos na 54ª DP. O delegado pode pedir acareação entre os dois. Segundo o delegado, o único ponto em comum entre os depoimentos seria a afirmação de que SantÁnna teria pulado a roleta armado, mandado os rapazes descer e colocar as mãos para dentro do short. Depois, teria dito: "O primeiro a correr leva tiro nas costas". Após o crime, o suposto matador teria batido a coronha da arma no ônibus e mandado o motorista seguir. O motorista alegou que trabalhava na Santo Antônio havia 15 dias e não sabia se SantÁnna era segurança da empresa. No primeiro depoimento, sábado, o cobrador afirmou que SantÁnna era segurança da Santo Antônio. Ontem, diante do advogado da empresa, Clóvis Sahione, ele negou o que havia dito. O advogado da empresa disse que entrará hoje com pedido de revogação do decreto de prisão provisória contra o trocador e o motorista. "Não há necessidade de ficarem presos. Contaram o que viram", disse Sahione. Texto Anterior: PM encontra corpos em vala no Rio Próximo Texto: Flagrantes de droga lideram operação Índice |
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