São Paulo, segunda-feira, 3 de março de 1997
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Resumo da série

1 - Jogadores - 23.fev
O salário dos astros da bola cresce muito acima da inflação, mas a maioria ganha cada vez menos. Em Roraima, ninguém tem registrado na Carteira de Trabalho mais do que um salário mínimo. Jogadores deixam de ser profissionais para receber mais como amadores. Mas há o lado bom, por exemplo, no Rio de Janeiro F.C, clube-empresa de Zico.

2 - Clubes - 24.fev
O Brasil tem excesso de clubes de futebol profissionais. Eram 501 no país, em 1996, contra apenas 92 da Inglaterra e 128 da Itália. A maioria acaba sendo profissional apenas no papel. Em São Paulo existem hoje 82 clubes, mas a FPF pretende reduzir esse número para 64 até o ano 2000. Com exceção do Paraná, clubes resistem a fusões com seus vizinhos, em nome da rivalidade local.

3 - Federações - 25.fev
O Brasil assiste a uma disputa entre o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o presidente da FPF, Eduardo José Farah. Teixeira quer reduzir o tempo de disputa dos campeonatos estaduais e aumentar o do Brasileiro, promovido pela entidade que governa. Farah resiste e procura modernizar o Paulista, para mostrá-lo como exemplo de administração.

4 - Calendário - 26.fev
Os grandes times no Brasil fazem entre 85 e 95 jogos por ano, contra apenas 65, no máximo, das principais equipes européias. A falta de entendimento entre as federações estaduais, a CBF e a Confederação Sul-americana impede a criação de um calendário coerente e provoca absurdos como maratonas de jogos seguidos.

5 - Estado - 27.fev
O Estado aperta o cerco aos clubes. Depois de décadas de inação, está cobrando dívidas acumuladas pelas equipes com o INSS, o FGTS e o Imposto de Renda. Há projetos de aumentar a carga tributária dos clubes. O ministro dos Esportes, Pelé, articula mudanças.

6 - Televisão - 28.fev
As TVs brasileiras pagam menos aos clubes e transmitem mais jogos que as emissoras na Europa ou mesmo na Argentina. Mal organizados, os campeonatos brasileiros são difíceis de vender. E os clubes só os negociam pouco tempo antes dos jogos. Por isso, têm pouco poder de negociação com as emissoras, além de pouca competência nisso. O excesso de jogos das competições mais importantes ainda por cima está tirando público dos torneios de Estados do Norte e Nordeste.

7 - Marketing - 1º.mar
As empresas multinacionais ainda relutam em patrocinar equipes brasileiras. Apenas o Palmeiras, entre os times grandes, tem patrocínio estrangeiro -no ano passado, havia mais duas equipes, Corinthians (grupo Basf) e Botafogo (Pepsico). Fluminense e Botafogo estão sem patrocinador. A desorganização, nos clubes e nas federações, e as acusações de corrupção afastam as empresas do futebol.

8 - Torcedor - Ontem
Pesquisa Datafolha revela que o torcedor paulistano prefere os torneios nacionais ao campeonato estadual. Na escala de interesse dos entrevistados, a Copa do Brasil ficou em primeiro lugar, à frente do Brasileiro e do Paulista. A maioria dos paulistanos defende a profissionalização dos dirigentes e o passe livre para o jogadores. O torcedor acha que os clubes deveriam pagar mais impostos. Apenas 17% dos paulistanos se opõem à criação do clube-empresa.

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