São Paulo, segunda-feira, 3 de março de 1997
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Estágios dão experiências diferentes

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas estagiárias: Cristiane e Simone. A primeira atua na área que quer e diz estar adquirindo experiência profissional. A segunda acha que aprende mais na escola do que no estágio, mas o ambiente de trabalho é prazeroso e o salário ajuda a pagar o material escolar.
Cristiane da Silva Melo, 20, é estudante do quarto ano de pedagogia na Universidade Mackenzie (São Paulo). Estagia na seção de cultura e integração da Telesp (Telecomunicações de São Paulo) e já trabalha na sua área preferida.
Ela faz avaliação de escolas para eventuais convênios com a empresa. "Sempre quis trabalhar com recursos humanos", conta.
Devido ao seu bom desempenho, o estágio foi renovado por mais um ano (até o final de 97), quando ela estará se formando.
Cristiane conseguiu a vaga por meio de um anúncio nos classificados. A jornada diária, somando universidade e estágio, é longa. Das 8h às 12h30, ela fica na Telesp, e das 13h às 18h, assiste aula.
A partir de hoje, a sua carga de atividades aumenta, pois terá de fazer estágio obrigatório do curso, à noite. "Penso no meu currículo. É um investimento para a minha futura carreira", explica.
Quanto ao salário, ela conta que não foi algo que pesou na decisão de partir para o estágio. "Ganho R$ 3 por hora. Graças a Deus, meu pai paga minha mensalidade."
Uma parte do que ganha vai para a poupança ("Para meu carro") e o resto é gasto com roupas e saídas de final de semana.
Estágio ativo
Para Cristiane, "participar" é a palavra-chave para quem pretende se dar bem. "Não adianta só fazer o que mandam. O trabalho tem de ser em conjunto", aconselha.
No início, ela diz que é normal um certo acanhamento, pois ainda não se conhece as pessoas e a função específica a desempenhar.
"Mas depois tem de se soltar. Eu já colaborei com idéias, dicas. Montei um projeto para a implantação de um cursinho pré-vestibular para os funcionários."
Alerta de uma estagiária veterana: realizar funções de outras pessoas não é uma boa maneira de "mostrar trabalho".
O dinheiro ajuda
A estagiária Simone de Souza Pandolsini, 17, diz que aprende mais na escola no que no estágio.
Ela faz curso técnico em contabilidade e estágio na área de auditoria do Shopping D. "Meu trabalho é contabilizar o que as lojas apuraram", conta. Ela descobriu a vaga por meio de uma amiga.
Estudante do turno da manhã, Simone entra no estágio às 16h e fica até as 22h. Sobram poucas horas livres. Por isso, ela vai direto da escola para o estágio.
"Tenho de pegar metrô e ônibus. Chego mais cedo e aproveito para colocar as matérias em dia no refeitório vazio."
A vida complica na época de fim-de-ano, quando os shoppings ficam abarrotados de gente. "O tempo de trabalho aumenta e coincide com as provas."
No estágio desde setembro do ano passado, ela não o considera um bom investimento para o futuro profissional. "É um trabalho que poderia até ser realizado por quem não faz contabilidade."
O que a motiva a continuar, diz, é a boa convivência com as pessoas. Além disso, o pouco salário que recebe (R$ 1,75 por hora) ajuda na compra de material escolar.

Para quem procura estágio (estudantes universitários ou de segundo grau técnico profissionalizante): Central de Estágios, rua 24 de Maio, 35, 2º andar, sala 214. Tel. (011) 222-4311. Atendimento de segunda a sexta, das 8h às 17h.

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