São Paulo, segunda-feira, 3 de março de 1997
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Israel diz que Estado palestino paralisaria o processo de paz

Netanyahu dá resposta à ameaça feita por Arafat

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, advertiu ontem os palestinos para que não declarem unilateralmente um Estado independente. Se isso ocorrer, segundo ele, todo o processo de paz será paralisado.
A ameaça de declarar um Estado palestino foi feita anteontem durante uma cúpula de países árabes no Cairo (capital do Egito) pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat.
A medida seria uma resposta à aprovação por Israel de um projeto de construção de 6.500 casas para judeus em uma área de Jerusalém oriental.
Netanyahu afirmou que Israel já tem um plano preparado caso o Estado palestino seja declarado, mas não deu detalhes.
Os palestinos querem que a cidade, capturada por Israel em 1967, seja a capital do Estado independente que pretendem criar.
Em protesto contra o projeto habitacional israelense, o Parlamento palestino convocou para hoje uma greve geral.
Arafat deve tratar da questão do novo assentamento na reunião prevista para hoje em Washington com o presidente dos EUA, Bill Clinton (leia texto abaixo).
A decisão israelense recebeu críticas quase unânimes da comunidade internacional, particularmente dos Estados Unidos.
O ministro da Defesa de Israel, Yitzhak Mordechai, afirmou que, por enquanto, Arafat tem conseguido evitar ações violentas de facções palestinas.
Ele disse, porém, que não se sabe o que acontecerá quando os tratores iniciarem as obras no morro Jabal Abu Ghneim, local da nova colônia, chamado de Har Homa por Israel.
A Rádio Israel disse que o governo israelense pode atrasar o início da retirada militar de áreas rurais da Cisjordânia, previsto para sexta. O atraso agravaria ainda mais a tensão entre Israel e palestinos.
O gabinete israelense tem de aprovar a decisão. A reunião será na quinta-feira, e a previsão é de que Netanyahu enfrente oposição da ala mais radical de seu partido, o Likud, e de outros partidos direitistas que compõem seu governo.
Líbano
Aviões israelenses bombardearam ontem posições controladas pelo grupo guerrilheiro Hizbollah (Partido de Deus) no Líbano.
Não houve notícias de vítimas. O Hizbollah, apoiado pelo Irã e pela Síria, luta contra a ocupação israelense no sul do Líbano. Foi o vigésimo ataque israelense contra o Líbano só neste ano.

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