São Paulo, segunda-feira, 3 de março de 1997
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Fidel comemora 30 anos do Cohiba

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente de Cuba, Fidel Castro, foi o principal astro da festa que reuniu 700 aficionados por charutos para celebrar o 30º aniversário da mais famosa marca de Cuba, o Cohiba.
A festa ocorreu na noite da última sexta-feira no cabaré Tropicana, em Havana.
Cada participante, incluindo 137 cidadãos dos EUA, pagou US$ 500 por um jantar de gala. Por causa do embargo norte-americano contra a ilha, em vigor desde 1962, cidadãos do país só podem ir a Cuba com autorização especial.
A maior parte dos americanos que esteve na festa evitou ser fotografada.
A festa não teve a presença dos atores Arnold Schwarzeneger e Jack Nicholson, como havia sido especulado pela imprensa internacional. Não se sabe se deixaram de ir por causa da restrição dos EUA para viagens a Cuba.
Peter Weller, astro da série de filmes "Robocop", foi a maior celebridade de Hollywood presente na festa.
Vestindo uniforme verde-oliva, o presidente Fidel Castro, 70, deixou de lado sua tradicional retórica anticapitalista, exortando os charutos cubanos, particularmente os Cohiba.
A produção da marca foi ordenada por Fidel há 30 anos. Inicialmente, o Cohiba era de consumo privado do presidente ou dado de presente por ele.
Fidel deixou de fumar há alguns anos, durante uma campanha de saúde pública contra o tabaco. "Mas não pensem que parei de sonhar com charutos", disse na sexta-feira.
Consciente de que parte da platéia era de norte-americanos, Fidel deu algumas alfinetadas no embargo econômico.
Segundo ele, até o presidente John F. Kennedy teve de encontrar uma maneira de conseguir charutos cubanos.
Fidel afirmou que, antes de assinar o embargo, em 1962, Kennedy teria ordenado a um assessor a compra de uma grande quantidade de charutos cubanos para que tivesse um bom estoque garantido.
"(O presidente Bill) Clinton também gosta de charutos. Mas Hillary não o deixaria fumá-los", disse o presidente cubano, sob risos da platéia.
Durante a festa, foi realizado um leilão de Cohibas, que arrecadou US$ 232 mil no total. A peça mais cara foi uma caixa de 90 charutos, com uma pintura do artista equatoriano Oswaldo Guayasamin e autografada por Fidel, que atingiu US$ 130 mil.
Toda a renda da festa foi destinada ao serviço de saúde cubano.

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