São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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E os senadores?

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Perguntas ouvidas na Globo pelo relator da CPI, Roberto Requião:
- Só foi possível tanta corrupção porque o Senado aprovou. E o Senado aprovou contrariando, inclusive, recomendações do Banco Central. O que acontece com o Senado? O que acontece com os senadores? O que acontece com quem determinou urgência para votar?
O relator jogou a culpa, outra vez, sobre o BC. E escapou dizendo votar "sistematicamente contra".
As mesmas perguntas, ouvidas agora na Manchete pelo presidente da CPI, Bernardo Cabral:
- A emissão de títulos para os precatórios foi feita com autorização em tempo recorde do Senado. Existem senadores envolvidos?
Cabral respondeu um trêmulo "que eu saiba, não". Mais perguntas:
- Nós gostaríamos que ficasse bem claro, para a opinião pública, a maneira pela qual o Senado tem cuidado dessas questões. O Senado não ter-se-ia omitido?
- O Senado, que autoriza a emissão do título, não é tão responsável quanto os governadores?
- No processo de aprovação, a Comissão de Assuntos Econômicos agiu com extrema rapidez. Alguns processos foram aprovados em dois dias. Pelo menos dois pareceres do BC eram contrários à autorização. Por que há tantos culpados neste processo e o Senado ainda não se questionou sobre seu papel?
- Como é que vai ser o processo de investigação da responsabilidade dos senadores na aprovação?
O presidente da CPI respondeu como à primeira pergunta, escorregadio.
No final, sublinhou que o Amazonas, seu Estado, "não tem nada a ver com a emissão dos títulos". Para registro, é o mesmo Amazonas (e o mesmo PFL) de Gilberto Miranda, que presidia a Comissão de Assuntos Econômicos.

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