São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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Maluf quer apuração sobre títulos federais

DEISE LEOBET
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PPB) defendeu ontem uma "abrangência" da CPI dos Precatórios. Maluf quer verificar se os papéis que o Banco Central está colocando no mercado são "palatáveis para o povo".
Segundo Maluf, o governo federal deveria ter um controle maior sobre os títulos federais por causa dos custos que eles representam.
Sobre o suposto envolvimento do atual prefeito Celso Pitta (PPB) na emissão irregular de títulos precatórios, Maluf garantiu que "nada do que aconteceu em Pernambuco, Alagoas e Santa Catarina" ocorreu em São Paulo.
Segundo ele, o município também não fez nenhuma operação com corretoras e bancos envolvidos no escândalo dos precatórios.
Inepar
Também em Curitiba, o senador Esperidião Amin (PPB-SC) disse que foram encontradas debêntures do grupo paranaense Inepar no cofre da IBF Factoring.
A Inepar foi uma das empresas que estava negociando uma sociedade com a Esca, na época em que estourou o escândalo do Sivam.
Para o senador, uma vez que foram encontrados papéis da Inepar na sede da IBF, a empresa terá de ser investigada. "O que essas debêntures estavam fazendo lá? Coisa séria é que não era", disse.
O senador catarinense disse ainda que pode ter havido "cumplicidade" do Banco Central e do Senado durante a aprovação dos pedidos dos governos estaduais para a emissão dos títulos precatórios e que isso terá de ser investigado.
"É preciso apurar quem deu urgência, quem foi o relator e quem deu parecer favorável à emissão dos títulos", afirmou Amin.
Outro lado
A diretoria do grupo Inepar divulgou nota na noite de ontem afirmando ter feito três emissões de debêntures, coordenadas por várias instituições financeiras.
O grupo nega ter negociado papéis com a IBF porque, segundo a nota, a empresa de factoring não é instituição financeira credenciada a atuar no mercado de capitais.
"Não há, portanto, procedência nas notícias", disse a empresa.

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