São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997 |
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FHC trocou 6.000 cargos por 1 voto Deputado do PPB acabou apoiando reeleição LUCIO VAZ
A Folha teve acesso à fita, que registra compromisso assumido pelo governo. Bresser afirma que não há intenção de demitir 6.000 servidores federais do Amapá sem estabilidade no emprego. Na época, o Palácio do Planalto negou que os servidores do Amapá tivessem entrado nas negociações sobre a reeleição. Esses 6.000 servidores custam R$ 12 milhões à União por mês. Trindade se declarava indeciso em relação à emenda da reeleição. Foi ao Planalto em 27 de janeiro, levado pelo ministro Francisco Dornelles (Indústria, Comércio e Turismo), e disse que poderia justificar o apoio à emenda se o governo garantisse a manutenção dos servidores. Segundo relato do deputado, FHC telefonou para Bresser e pediu providências nesse sentido. No dia seguinte, o deputado pediu a Dornelles uma garantia de que a promessa seria cumprida. Exigiu a gravação da entrevista. Bresser fez a gravação no final da tarde, horas antes da votação. A seguir, trechos da fita: Bresser - Demitir os não-estáveis? Como é que é isso? Repórter - Lá no Estado tem isso. Há boatos de demissão. Bresser - Ah! Repórter - Nessa situação, há 6.000 servidores... Bresser - Não é intenção... Tudo bem, tudo bem, pode perguntar sobre os não-estáveis. Repórter - O deputado Eraldo Trindade acaba de conversar com o presidente, na companhia do ministro Dornelles. O presidente garantiu que não haverá demissões no Estado do Amapá. O que o sr. tem a dizer sobre isso? Bresser - Veja: a política desse ministério e do presidente da República com relação aos ex-territórios é não fazer as demissões, a não ser que haja uma imposição absoluta de uma irregularidade que o TCU verifique e o Ministério Público determine. Fora disso, não faremos (...). Repórter - Os servidores podem ficar mais tranquilos agora? Bresser - Veja, não é a partir de agora. Pode colocar assim, mas estamos colocando essa posição há bastante tempo. Outro lado O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse que não conhecia o conteúdo da fita e que não tinha condições de comentá-la. Bresser estava ontem em Curitiba. O telefone celular fornecido por sua assessoria estava fora de área ou desligado. Texto Anterior: PSDB ganha 33 deputados em dois anos Próximo Texto: Medidas de ACM causam repercussão Índice |
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