São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997 |
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Temporal destrói acampamento
PATRICIA ZORZAN
Desde o começo da caminhada, há duas semanas, esta seria a primeira noite que o grupo passaria em barracas. Os 30 homens que trabalhavam no local do acampamento tentavam segurar, sem sucesso, as quatro tendas coletivas construídas com toras de madeira e cobertas com plástico. Com o vento forte, o material foi todo quebrado e a cobertura rasgada. Agrupados em frente às barracas, colchões e roupas de todos os membros da caminhada também ficaram encharcados. "Estou pasmo até agora", disse Gérson Alves Cordeiro, um dos coordenadores da marcha. "Todo trabalho de um dia destruído." A chuva, que começou às 15h15 e terminou às 18h30, pegou de surpresa não só os sem-terra encarregados da construção das barracas como também os que marchavam, mais atrás, pela Anhanguera. Tendo só capas plásticas como proteção, foi impossível evitar ferimentos provocados pelo granizo. O clima de tensão só melhorou quando os sem-terra conseguiram abrigo embaixo de uma ponte. Um usineiro da região ofereceu sete ônibus para transportá-los até um ginásio em Santa Rita do Passa Quatro, a 8 km do acampamento. No domingo, os sem-terra receberam a visita de dois cubanos que convidaram o MST a participar de um debate sobre o neoliberalismo em seu país, em agosto. Texto Anterior: DF permitirá manifestação de sem-terra Próximo Texto: FHC cobra posição do PT sobre invasões; BID pode financiar US$ 150 milhões; Sem-terra ganham obra de Niemeyer Índice |
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