São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997 |
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Bradesco investe R$ 80 mi em educação
RODRIGO VERGARA
São vários os exemplos dessa autonomia. A entidade constrói as próprias escolas, elege prioridades, desenvolve seus cursos e avalia os alunos, na maioria carentes. As prioridades da fundação há 35 anos são hoje as principais metas do governo federal para a educação no país: ensino profissionalizante e capacitação profissional. "O conceito foi fazer um projeto próprio de educação", diz João Cariello de Moraes Filho, diretor da fundação. Fundada em 62, a entidade hoje tem até um modelo de gestão para o sistema educacional que mantém espalhado pelo país. São 36 unidades de ensino, em 23 Estados e no Distrito Federal. Em 97, serão gastos R$ 80 milhões para manter o aparato, que abriga 95 mil alunos. Pela primeira vez, entre 96 e 97, o número de alunos matriculados caiu. No ano passado eram 95,5 mil. "O número de alunos atual deve ser mantido até que possamos aumentar o número de escolas", diz Cariello. O objetivo é chegar a ter uma unidade de ensino em cada uma das unidades da federação. Particularidades São três os tipos de educação desenvolvidos pela Fundação Bradesco. Todos têm uma particularidade desenvolvida pela fundação. O primeiro é a formação básica regular, que na fundação tem caráter profissionalizante. Na entidade, são oferecidos cursos da pré-escola até o 2º grau. A entidade fornece gratuitamente ensino, material didático, alimentação e, para alunos carentes, uniforme, incluindo calçados. Na mesma linha de educação formal oficial, a entidade mantém ainda cursos supletivos por teleaprendizagem, os telecursos. Os módulos são os mesmos veiculados pela Rede Globo, evoluídos dos antigos Telecursos 1º e 2º Grau, e financiados pela Fiesp. Já a capacitação profissional é desenvolvida em cursos de curta duração, voltados prioritariamente para a comunidade em que estão inseridas as escolas. Em alguns casos, a fundação contrata pessoas da própria comunidade para difundir algum conhecimento específico da região. Evasão A comunhão com a comunidade tem sua razão de ser. Serve para atrair os pais de alunos à escola e induzi-los a incentivar os filhos a frequentar as aulas. Com isso, reverte-se o princípio básico da educação brasileira, em que os pais retiram os filhos da escola para que ajudem o orçamento doméstico. "Queremos tornar a escola interessante para obter maior fixação e menor evasão", diz Cariello, diretor da fundação. Hoje, a evasão na matriz de Osasco é de 1,5% dos estudantes matriculados em todos os cursos. Em toda a rede escolar da fundação, o índice é de 3,2%, contra 6% na rede pública do país. Texto Anterior: Tolerância zero recomeçará amanhã Próximo Texto: 19 mil têm aula pela TV Índice |
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