São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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Para refém, invasão era a saída

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A auxiliar de enfermagem Sonia Lima, 36, uma das reféns, disse que a Polícia Militar não tinha outra opção a não ser a invasão.
Ela e as filhas, Carolina, 6, e Rafaela, 15, ficaram cerca de 14 horas sob a mira dos revólveres.
Sonia afirmou que viu o cabo da Polícia Militar José Carneiro da Silva ser morto com um tiro no ouvido, disparado, segundo ela, pelo preso Ricardo José de França, 26, também morto. Leia os trechos de sua entrevista à Agência Folha.
*
Agência Folha - A senhora acha que a polícia agiu certo?
Sonia Lima - Não tinha outro jeito. Eles já tinham matado dois policiais e diziam que matariam todo mundo se a polícia não deixasse eles fugirem.
Agência Folha - Como os presos trataram os reféns?
Lima - Eles mandaram a gente deitar no chão e disseram que não tinham nada contra nós, que era com a polícia. Mas avisaram que nos matariam se não fugissem.
Agência Folha - Como foi a invasão pela polícia?
Lima - Depois que eles mataram o policial, a polícia jogou umas granadas e mandou todo mundo correr e eu desmaiei.
Agência Folha - Por que os presos mataram o policial?
Lima - Amarraram as mãos dele. Um deles, o Ricardo, deu um prazo para a polícia resolver. O policial gritava: "Manda o Monza que eles não estão brincando". Depois, o Ricardo deu um tiro no ouvido do PM.

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