São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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Parentes criticam ação policial

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Irmãos do cabo da Polícia Militar José Carneiro da Silva, morto na rebelião, acham que ele poderia ser salvo, caso a PM agisse com mais rapidez no caso.
"Se a polícia não tivesse esperado tanto, ele poderia estar vivo", disse o digitador Antonio Carneiro da Silva, 46, irmão do policial.
"A negociação foi muito longa", afirmou. "Não sei o que a PM esperava. Já haviam matado um cabo e ameaçavam meu irmão."
Para a irmã da vítima, Maria José da Silva, 50, a polícia poderia "pelo menos" colocar o carro que os presos pediam, em frente ao presídio, "para melhorar o diálogo".
José Carneiro da Silva foi morto com um tiro no ouvido. O policial, afirmam testemunhas, teve os pés e mãos amarrados e foi espancado.
O estudante Gleidson de Lima Santos teria sido esfaqueado, segundo a PM. Seus parentes acreditam que uma granada o matou.
Segundo o IML (Instituto de Medicina Legal), o estudante levou dois tiros. Parentes de Santos afirmam que estão dispostos a mover ação judicial, "para os responsáveis pagarem pelo que fizeram".
"A polícia só invadiu o presídio porque não tinha gente importante lá", disse o motorista Iridalson Teodoro de Lima, 42, tio do estudante. "Queriam vingar a morte dos dois policiais."
O secretário de Justiça do Estado, Roberto Franca, disse que a polícia agiu no momento certo e que o governo vai aguardar o eventual processo para se pronunciar sobre o assunto.

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