São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997 |
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'A Noviça' é a inocência
MARCELO REZENDE
Essa é a lição que Julie Andrews ensina aos filhos do barão von Trap em "A Noviça Rebelde" (Fox, 21h). E é também a melodia da felicidade que o cineasta Robert Wise, nessa produção de 1965, nos oferece. Um nobre austríaco, após a morte de sua mulher, vive no equilíbrio e na reclusão, tendo que cuidar de seus sete filhos. Crianças vistas por todos como problemáticas e indisciplinadas. Quem chega para resolver o problema é Maria, uma religiosa que assume a função de governanta. Na mansão dos von Trap, ela coloca, no lugar dos tons soturnos, a alegria. Realiza o milagre por meio da música. Dá o amor pelas canções. Há então, na visão da maior parte da crítica, algo de insuportavelmente correto em "A Noviça Rebelde". Uma correção que parece estar perto demais do conformismo, sugerindo um universo de cartões-postais, de belas montanhas, casas e vestidos. Mas, visto hoje, o filme causa mais conforto que estranheza em mundo que -aparentemente- não aspira mais ao desejo de revolução. Pretende apenas o ajustamento. A noviça é bela porque é ingênua. E isso, ao menos agora, basta. (MR) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Cacilda volta em filme, mostra e livro Índice |
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