São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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Tuma vai aos EUA pedir bloqueio de conta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Romeu Tuma (PFL-SP), integrante da CPI dos Precatórios, vai aos Estados Unidos para tentar bloquear a conta bancária que o ex-coordenador da Dívida Pública do município de São Paulo Wagner Baptista Ramos possui naquele país.
Ramos é apontado como o mentor do esquema que permitiu a Estados e municípios realizar emissões irregulares de títulos para pagar sentenças judiciais.
A Folha noticiou ontem que Ramos depositou US$ 1,041 milhão em uma agência do banco Merrill Lynch nos EUA e que ele repassará os extratos dessa conta à CPI.
Segundo Romeu Tuma, a informação sobre a existência da conta bancária de Ramos nos EUA foi repassada à CPI pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Ele acredita que a conta é de agência de Miami.
Ex-diretor-geral da Polícia Federal, Tuma declarou que vai trabalhar para trazer de volta ao Brasil os recursos depositados por Ramos nos Estados Unidos.
"Tudo indica que Ramos conseguiu esse dinheiro na passada de mão que ele deu nas emissões de títulos públicos", disse Tuma.
O presidente da CPI, senador Bernardo Cabral (PFL-AM), informou que já foram tomadas providências para impedir que Wagner Baptista Ramos saque o dinheiro depositado nos Estados Unidos.
Tuma disse que levará à Justiça dos EUA carta rogatória da Justiça do Brasil solicitando a localização e bloqueio da conta de Wagner Ramos.
Cabral ofereceu ontem dois seguranças a Tuma para protegê-lo de supostas ameaças.
"O senador Cabral me disse que recebeu informações de que eu estava sob ameaça. Agradeci e dispensei a segurança, pois não vejo motivo para isso", disse Tuma.
A PF oferece segurança a três pessoas: os irmãos Marcelo e Alexandre Desimone da Mota, da Tradetronic Eletrônica, e Ibraim Borges Filho, da IBF Factoring.

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