São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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Gastos públicos devem crescer, alerta documento da indústria

CNI aponta os salários como uma das fontes de pressão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento dos gastos com pessoal em 1997 deverá dificultar a obtenção de um superávit primário (receitas maiores que despesas, exceto juros da dívida) nas contas públicas este ano. A estimativa é da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
No Informe Conjuntural de fevereiro, divulgado ontem, a CNI prevê que as despesas com pessoal devem superar os R$ 45 bilhões previstos no Orçamento da União.
Isso pode ocorrer, segundo a CNI, em função da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de conceder um reajuste salarial de 28,86% para 11 servidores públicos, benefício que poderá ser obtido pelos demais servidores.
Mesmo que nem todos os servidores consigam reajuste de 28,86%, a estimativa da CNI é que as despesas com pessoal possam superar os R$ 45 bilhões porque muitos servidores devem obter algum tipo de reajuste na Justiça.
Os economistas da CNI chamam a atenção para o déficit primário de 0,09% do PIB (Produto Interno Bruto) registrado nas contas consolidadas do setor público no ano passado -em 1995 houve um superávit de 0,35% do PIB.
O conceito primário não inclui os gastos com juros. Estados e municípios foram os principais responsáveis pela piora do resultado das contas públicas em 96.
Na análise da CNI, a atividade industrial no começo deste ano mantém-se estável e o crescimento de vendas verificado em janeiro se explica porque houve redução de estoques e a base de comparação em 1996 era muito baixa.

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