São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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CUT quer alterar projeto da taxa sindical

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) não vai apoiar o projeto do governo que pretende acabar com a cobrança do imposto sindical.
Na reunião marcada para hoje, a central vai tentar mudar a proposta do governo, que acaba com duas das quatro contribuições existentes.
A idéia é manter a contribuição confederativa e a cota do associado. A CUT é contra a cobrança confederativa proposta pelo governo, por esta ser compulsória, e propõe a criação de uma taxa provisória para sustentar as campanhas salariais.
"Reconhecemos que há um avanço na proposta do governo, mas não apoiamos o projeto", disse o presidente da central, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho.
Se o governo não mudar o texto, os sindicalistas vão sugerir a apresentação de emendas.
O texto do projeto de lei deve ser finalizado hoje. Na reunião, o governo vai receber as sugestões das centrais sindicais e das entidades patronais. Ele deve ser encaminhado ao Congresso ainda este mês.
A idéia é conversar hoje também com os líderes dos partidos que apóiam o governo e acertar os detalhes para o projeto tramitar rapidamente no Congresso.
Assembléia geral
Seriam extintos o imposto sindical e a taxa assistencial. Ficariam a contribuição confederativa e a mensalidade.
A contribuição confederativa será definida em assembléia geral e descontada na folha salarial. O repasse aos sindicatos deverá ser feito em até cinco dias.
Se a empresa não fizer o repasse, irá pagar uma indenização de 2% sobre o valor da contribuição.
No projeto, está previsto o repasse de parte da contribuição para sindicatos, federações, confederações e centrais sindicais. Essas parcelas serão fixadas pela assembléia geral.
A Força Sindical quer que o governo defina quórum mínimo para realização das assembléias (10% da categoria).
Polêmica
Esse é o ponto de maior polêmica com as entidades patronais. É que algumas entidades, entre elas a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), querem que a parcela de repasse seja definida na lei. Essa seria uma forma de garantir o repasse obrigatório.
Essa transferência será condicionada à execução de algumas tarefas por parte das entidades.
As federações, por exemplo, terão que coordenar as negociações coletivas, prestar assistência junto aos tribunais da base territorial e defender os interesses dos trabalhadores não organizados em sindicatos.

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