São Paulo, quarta-feira, 5 de março de 1997
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Sindicato tem 2 diretorias

MARIA REGINA ALMEIDA
DA FOLHA VALE

Uma disputa política pela direção do sindicato dos metalúrgicos de São José provocou a criação de duas diretorias independentes que querem o controle da entidade.
O sindicato é o maior do Vale do Paraíba, com um orçamento anual de R$ 5 milhões e 90 funcionários. A entidade é ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A disputa envolve grupos do PSTU, partido derivado da antiga Convergência Socialista, e da Articulação Sindical, ligada ao PT.
O MTS (Movimento por uma Tendência Socialista), ligado ao PSTU, tenta legitimar a maioria obtida com o aumento de diretores a seu favor.
O sindicato é administrado por um colegiado -não há a figura do presidente e as decisões são por maioria simples. A Articulação perdeu a maioria no colegiado.
Segundo o diretor Antonio Donizete Ferreira, do MTS, a Articulação está impedindo a atuação do grupo de diretores que agora detém a maioria no sindicato.
A Articulação Sindical era a tendência majoritária da entidade, mas perdeu dois diretores para o MTS. Esse último passou a congregar diretores do PC do B, PT, PSTU e independentes.
O patrimônio do sindicato inclui uma sede, três subsedes, farmácia, sete carros e dois caminhões de som.
Ferreira afirmou que a resistência da Articulação em não permitir o controle pelo MTS é uma tentativa de manter em evidência o diretor Edmílson Toquinho de Oliveira, seu principal líder.
O MTS realizou reunião com os funcionários e anunciou os planos do grupo para mudança de perfil político da entidade.
"Vamos retornar ao velho sindicalismo combativo. O sindicato vai voltar a ser do trabalhador", afirmou Ferreira.
O MTS marcou uma assembléia com a categoria para amanhã, às 18h, na sede do sindicato, para tentar referendar a maioria obtida.
A contra-ofensiva da Articulação tenta derrubar o sistema de colegiado do sindicato com a realização de um plebiscito com a categoria, marcado para os dias 25 e 26.

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