São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
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Agropecuária e serviços sustentam PIB

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Pelo segundo ano consecutivo, o crescimento da economia brasileira foi liderado pela agropecuária e pelos serviços.
Esses setores cresceram, respectivamente, 3,12% e 3,34% em 96, informou ontem o IBGE. Em 95 a agropecuária registrou +5,13%, e os serviços, +6,01%.
A agropecuária cresceu menos em 96 porque, pelo segundo ano consecutivo, as lavouras tiveram fraco desempenho, com -0,79% em 96 e zero em 95. A produção animal cresceu 7,8% e, mesmo perdendo para os 12% de 95, sustentou o crescimento do setor.
As lavouras e as instituições financeiras foram as únicas das grandes variáveis que compõem o PIB (Produto Interno Bruto) que tiveram queda em 96.
As instituições financeiras, cuja medida de crescimento é feita pelo contingente de pessoal empregado, caíram 8,89%, e ajudaram a fazer com que o crescimento do setor de serviços fosse menor que em 95. O comércio cresceu 5,07%, contra 8,54% no ano anterior.
As comunicações, com 11,39%, mais uma vez lideraram o crescimento dos serviços, mas em patamar inferior à metade do crescimento de 24,66% em 95.
Ritmo lento
Os números do IBGE mostram que o PIB brasileiro cresceu 20,56% nos últimos dez anos (87/96). Isso representa uma média de apenas 1,89% ao ano.
Nos anos 90, o crescimento acumulado é de 12,81%, o que dá uma média anual de 1,74%.
Uma conta informal feita pelos técnicos do IBGE mostra que o PIB brasileiro, corrigido pelo IGP (Índice Geral de Preços) da FGV (Fundação Getúlio Vargas), chegou a R$ 752,4 bilhões, ou R$ 4.764,00 per capita.
Em 95 o PIB brasileiro somava R$ 658,1 bilhões, e o PIB per capita, R$ 4.224,00.
Os técnicos do IBGE advertem que o cálculo do valor do PIB de 96 pode estar distorcido. Os números do PIB em real ainda não têm data prevista para serem divulgados.
Desaceleração
Os números do PIB por trimestre, comparados com os dos trimestres imediatamente anteriores, mostram que o desempenho da economia brasileiro teve uma curva ascendente nos nove primeiros meses de 96 e uma desaceleração no último trimestre.
No segundo trimestre (abril a junho), o crescimento passou a 1,69% sobre o primeiro. No terceiro, o PIB com ajuste sazonal registrou um crescimento de 2,71%.
Já no período de outubro a dezembro a taxa de crescimento caiu para apenas 0,70%, apontando para uma possível reversão da tendência de recuperação econômica.
Segundo Roberto Olinto Ramos, coordenador do PIB Trimestral do IBGE, ainda é muito cedo para definir se a freada do último trimestre de 96 foi momentânea ou se representa uma tendência.
(CS)

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