São Paulo, sexta-feira, 7 de março de 1997
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Sondagem da FGV com indústrias indica um novo ciclo de demissões

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A indústria brasileira de transformação tende a crescer 6% no primeiro semestre deste ano, mas isso deverá ocorrer simultaneamente a um novo ciclo de redução de mão-de-obra que está em curso no atual trimestre.
Essas são as principais conclusões da 122ª Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação brasileira divulgada ontem pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Os dados mostraram que 28% da indústria (em número de empregados) pretendem demitir no atual trimestre e apenas 10% pretendem contratar pessoal.
"A nossa previsão é de que há um novo surto de queda no emprego industrial", disse Éden Gonçalves de Oliveira, chefe do Centro de Estudos Tendenciais da FGV.
A redução do emprego segue uma tendência que vem se verificando no setor industrial brasileiro nos últimos tempos.
Base deprimida
No atual trimestre, ela virá acompanhada de um expressivo crescimento industrial, mais por conta de a base de comparação (o mesmo período do ano passado) estar deprimida que por um movimento de aceleração da atividade industrial.
A taxa de 6% de crescimento é estimada por Oliveira tanto para o primeiro trimestre quanto para o primeiro semestre deste ano.
Segundo ele, mesmo que se confirme esse nível de crescimento, a produção industrial terá apenas retomado o mesmo nível de produção que alcançara no primeiro semestre de 95.
Os números da sondagem sobre a produção indicaram que 35% da indústria (em termos de faturamento) pretende aumentar sua produção no atual trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Na outra ponta, 24% responderam que irão produzir menos.
A diferença entre os dois blocos, 11% para o lado do aumento da produção, é superior à média histórica de 6% para o primeiro trimestre do ano, segundo a FGV.
A pesquisa da FGV foi feita com 1.326 empresas que em 1995 faturaram R$ 111 bilhões, exportaram R$ 13 bilhões e empregaram 902 pessoas.
Segundo Éden de Oliveira, a queda do nível de utilização da capacidade é, em parte, típica do mês de janeiro. Ele ressaltou que, apesar da queda, o nível de atividade do primeiro mês deste ano estava dois pontos acima dos 79% de janeiro de 96.

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