São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997
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Banco Central está sob suspeita, diz Tuma

FRANCISCO CÂMPERA
FREE-LANCE PRA A FOLHA

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse ontem que o "Banco Central está sob suspeita", por não ter detectado irregularidades na agência do Beron (Banco de Rondônia) em São Paulo.
Desde 1995 o Beron está sendo administrado pelo Banco Central por meio do Raet (Regime de Administração Especial Temporária). "O movimento das contas na agência era muito alto para uma agência do porte do Beron."
Tuma foi ontem ao Beron acompanhado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para buscar extratos bancários da "laranja" SMJT Assessoria Empresarial, cuja conta movimentou R$ 12 milhões.
O Beron era o banco usado pelos "laranjas" da corretora Negocial, liquidada pelo Banco Central em fevereiro. A Negocial e a distribuidora Split são apontadas pela CPI dos Precatórios por "lavagem" de dinheiro dos lucros das operações com títulos públicos.
O dono da SMJT, Sérgio Derneka, disse à CPI ter entrado como "laranja" por pressão do ex-gerente do Beron, João Maury Harger Filho. Ele afirmou que devia R$ 15 mil ao Banco.
O ex-gerente, em depoimento à PF na semana passada, negou a versão de Derneka. Tuma pretende fazer uma acareação entre Derneka e Harger Filho.
À tarde, Tuma e Suplicy foram dar uma blitz na casa de câmbio Wechsel, à rua Oscar Freire.
Harger Filho disse, segundo Tuma, que a Wechsel pertencia ao dono da Split, Enrico Piccioto.
A Wechsel foi fechada há um mês, segundo seguranças da empresa. Tuma vai pedir que a PF lacre a Wechsel. Lojistas vizinhos à casa de câmbio informaram que no local havia uma placa da Split.
Dois novos "laranjas" foram detectados pelos senadores no esquema de lavagem do dinheiro. Um cheque no valor de R$ 700 mil, do "laranja" Ibraim Borges Filho, foi depositado na conta de Maria Del Sol Domarco e Mário Sérgio Cavalheri. Os dois são sócios da RDP (Rede Distribuidora de Peças) e possuem conta no Beron.

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