São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997
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Votorantim tenta fazer consórcio com japoneses

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O empresário Antonio Ermírio de Moraes, do grupo Votorantim, informou ontem que seu filho Carlos Ermírio (diretor da corporação) está em Tóquio (Japão) negociando a formação de um consórcio com a Nippon Steel para disputar a compra da Companhia Vale do Rio Doce.
Ermírio confirmou o rompimento do consórcio formado pelos grupos Votorantim, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e Bradesco.
Segundo o empresário, o Banco Safra, os empregados da Vale e fundos de pensão vão participar do novo consórcio que está sendo articulado pela Votorantim.
Ele afirmou que a competição é saudável: "Se o leilão fosse feito com apenas um consórcio, poderiam dizer que se tratava de um jogo de cartas marcadas. Não entro, nem nunca entrei em mutreta na minha vida", afirmou.
Ermírio disse não acreditar que a Vale tenha sido subavaliada, conforme sustentam 22 professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), segundo os quais a estatal valeria no mínimo R$ 12,5 bilhões, ao invés dos R$ 10,3 bilhões fixados pelo governo.
Reservas
Os professores se basearam em estudos que indicam a ocorrência de vários minerais em áreas de concessão da Vale, entre eles o urânio. Ermírio disse que é preciso não confundir "ocorrência mineral", que pode não ser economicamente viável, com jazida mineral.
Segundo ele, antes de o governo fixar o preço da Vale, o grupo Votorantim avaliou a estatal em R$ 8,5 bilhões: "As reservas de alumínio foram avaliadas em US$ 2 mil a tonelada, quando o preço atual é de US$ 1.600,00 a tonelada".
Para Ermírio, a existência de urânio não altera o valor da empresa, pois o minério não pode ser explorado pela iniciativa privada e as reservas já conhecidas no país são suficientes para 200 anos.

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