São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997 |
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Brasil mostra sua literatura em estande inédito na França País tem, pela primeira vez, espaço no evento BETINA BERNARDES
Realizado no Palácio de Exposições da Porte de Versailles, o salão reúne 350 mil livros em 561 estandes, mais de 1.500 editores e cerca de 900 autores que estarão autografando em um espaço de 35 mil m2. Hoje, apenas convidados estão autorizados a entrar no palácio. A partir de amanhã e até o dia 19, o evento estará aberto ao público. No mesmo espaço, acontecem também o 3º Salão de Multimídia e Edição Eletrônica e o 7º Salão da Revista. A primeira participação brasileira no evento se apresenta como um "aquecimento" para o ano que vem, quando o país será o convidado de honra do salão, que homenageia este ano o Japão. A idéia é apresentar um panorama das obras brasileiras que estão sendo publicadas na França. Serão mostrados no pequeno estande de 24 m2 cerca de cem títulos traduzidos para o francês. Além desses, 12 editoras brasileiras vão trazer a Paris livros ainda não traduzidos. Dessa forma, os organizadores esperam dar ao público, estimado em 300 mil visitantes, um termômetro da literatura brasileira. Uma das autoras que estará no salão autografando é a brasileira Betty Milan, que lança a edição francesa do livro "O Papagaio e o Doutor" ("Le Perroquet et le Docteur"), pela Éditions de l'Aube. Lançado com o slogan "E se o riso também fosse próprio à mulher?", a obra de Milan já chegou às livrarias e é exibida em espaços de destaque, como as vitrines. O livro trata da imigração libanesa no Brasil e das relações entre o novo mundo e o velho mundo. "A cultura brasileira é mais rabelaisiana do que a francesa, o riso é mais nosso do que deles. Por isso, eu e o tradutor, Alain Mangin, reinventamos para o cartaz a frase do Rabelais, 'o riso é próprio ao homem"', diz a autora, formada em psicanálise na França com Jacques Lacan e colaboradora da Folha. Também como parte do lançamento de "O Papagaio e o Doutor" na França, haverá uma cerimônia na Maison e l'Amérique Latine, com abertura de Alicia Ortiz, autora de biografia sobre Eva Perón, participação da filósofa Catherine Mellot e de Alain Weill. Dois atores do Théatre de la Tempête farão uma apresentação reproduzindo diálogos extraídos do livro. Texto Anterior: Festival mostra "exotismo" do Oriente em San Francisco Próximo Texto: Bikkembergs traz corte clássico a Paris Índice |
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