São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Presidentes são vaiados

DA SUCURSAL DO RIO

Os presidente Jacques Chirac (França) e Fernando Henrique Cardoso foram vaiados e xingados por manifestantes em frente ao Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, onde participaram da abertura da exposição do pintor impressionista Claude Monet, ontem à noite.
Cerca de 300 manifestantes aguardavam Chirac e Fernando Henrique Cardoso desde o fim da tarde. Chirac foi chamado de "filho da puta" e FHC de "ladrão e fascista".
Fernando Henrique deixou o museu às 20h42, protegido por um aparato de segurança formado por 30 soldados da Polícia do Exército. A Polícia Militar usou 360 homens para reprimir a manifestação.
Os manifestantes, em sua maioria funcionários públicos estaduais em greve e aposentados, foram afastados da porta do museu por um cordão de isolamento do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
O estudante Danilo Paiva, 15, foi ferido por estilhaço de bomba de efeito moral lançada pela Polícia Militar. Paiva, aluno da Escola Técnica Federal e militante do PC do B, foi atingido no rosto e no tórax. Outro estudante, Paulo Gama, se feriu na mão. Na confusão, José Salvador Freitas foi detido.
O prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde (PFL), disse que Chirac "já está habituado" a manifestações -numa referência aos protestos contra a mudança na lei de imigração francesa.
Funcionários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, em greve por não terem recebido ainda o 13º salário, protestavam junto com aposentados do Banerj (Banco do Estado do Rio de Janeiro), que levavam faixas -algumas bilíngues- apontando um "complô neoliberal de FHC e Chirac".
Um carro de som que amplificava discurso do vereador Fernando William (PDT-RJ) foi derrubado pela PM. Havia bandeiras do PC do B e MST.
Chirac chegou ao Rio no final da tarde. Às 18h20, ele depositou flores no monumento em homenagem aos mortos da Segunda Guerra Mundial. Depois da inauguração da exposição, Chirac ofereceria recepção no Palácio Itamaraty (centro).

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