São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Advogados do Vetor se dizem vítimas de escuta telefônica

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da seccional do Rio da Ordem dos Advogados do Brasil, Celso Fontenelle, denunciou ontem ao presidente da CPI dos Precatórios, senador Bernardo Cabral, suposta escuta telefônica clandestina feita em linhas usadas por advogados do Banco Vetor e da Vetor Corretora de Valores e Câmbio.
Dirigentes das duas instituições -liquidadas extrajudicialmente pelo Banco Central- são acusados de envolvimento em fraudes envolvendo títulos emitidos por Estados e municípios para o pagamento de precatórios (dívidas estatais cobradas judicialmente).
Fontenelle fez a denúncia a pedido dos advogados Carlos Maurício Martins Rodrigues e Rubens Paulo Cury Torres.
Interferências
Segundo documento que encaminharam à OAB-RJ na terça-feira, Rodrigues e Torres, depois de perceberem "interferências estranhas" em ligações, "conseguiram verificar que suas linhas estão sofrendo o que se costuma chamar de grampo".
Os dois advogado solicitaram a Fontenelle que mande ofício à Telerj para confirmar a existência da escuta telefônica.
Além disso, o ofício teria objetivo de "fazê-la cessar imediatamente, sob pena de (...) ser responsabilizada judicialmente por danos morais e materiais, devendo seus administradores ser também responsabilizados, civil e criminalmente".
Estão sob suspeita de grampo, segundo o ofício encaminhado à OAB, cinco linhas convencionais e uma de telefone celular.
Telerj
A Telerj informou ontem não ter conhecimento oficial da reclamação. Mas a empresa ressaltou que, nesse tipo de assunto, só age a pedido dos titulares das linhas ou por determinação da Justiça.
A empresa argumentou que, como ainda não conhece o caso, não pode dizer se houve algum tipo de ordem judicial a respeito.
Além das duas empresas liquidadas pelo BC, os dois advogados defendem os seus principais acionistas e diretores: Fábio Barreto Nahoum, Ronaldo Ganon, Mauro Enrico Barreto Nahoum e Gilberto Duarte Prado.

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