São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997 |
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Presidente propõe reunião
DENISE MADUEÑO; DANIELA PINHEIRO DENISE MADUEÑODANIELA PINHEIRO O presidente da França, Jacques Chirac, deixou claro em discurso no Congresso que pretende ocupar espaço nas relações com o Brasil e América Latina e afastar o predomínio dos EUA nas relações com o continente sul-americano. Durante a sessão solene do Congresso em sua homenagem, Chirac voltou a defender a realização de uma reunião de cúpula já no próximo ano entre os chefes de governo da América Latina e da Europa. "A ordem natural das coisas faz com que hoje a União Européia e o Mercosul se aproximem um do outro", disse. Em recado direto aos Estados Unidos, o presidente francês afirmou: "As afinidades, a sua história comum (referindo-se a UE e ao Mercosul), os seus interesses bem definidos, o apego mútuo a sua identidade e a recusa de um mundo unipolar levam-os a se aproximar, a desenvolver intercâmbios e a aprofundar concertações". Chirac frisou que a intenção da França não é impor um modelo a ser seguido pelos brasileiros, "mas apenas de ajudar os países do Mercosul a progredir à sua maneira e ao seu ritmo, evitando erros que já cometemos por imaturidade". Ele disse que a França quer privilegiar as relações com o Brasil. "Indubitavelmente, o Brasil deve ser um dos principais parceiros da França". "Sabiam os senhores que a União Européia importa duas vezes mais do que toda a América do Norte? Sabiam que ela é de longe o primeiro doador de auxílios à América do Sul e seu primeiro parceiro comercial?" Com cuidado, Chirac demonstrou o interesse francês de participar do processo de privatização. "A França tem a intenção também, se assim os senhores desejarem, de participar plenamente do atual plano de privatizações", disse. Chirac ressaltou as afinidades entre França e Brasil, que, segundo ele, compartilham origens e valores comuns. Ele citou os escritores brasileiros Jorge Amado e Paulo Coelho e os compositores Gilberto Gil e Chico Buarque como exemplos da "acolhida calorosa" dos franceses à cultura brasileira. Texto Anterior: Chirac quer estreitar relação entre Mercosul e Europa Próximo Texto: FHC critica o protecionismo econômico europeu Índice |
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