São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997 |
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MEC quer 'salvar' faculdades privadas
GILBERTO DIMENSTEIN
Muitas dessas faculdades foram autorizadas pelo governo a funcionar sem preencher requisitos técnicos. Depois, funcionavam sem fiscalização. Foi montada, assim, lucrativa rede de fábricas de diploma, sem qualquer exigência para o aluno, candidato a mão-de-obra desqualificada. Força-tarefa O plano discutido por técnicos é enviar forças-tarefa para as faculdades, a fim de assessorá-las com sugestões. Caso não sigam as sugestões e mantenham o mesmo nível de ensino, passam a ser alvo de descredenciamento. Pela primeira vez, o quadro calamitoso das faculdades privadas vai ser colocado em números, apresentado em documento de 700 páginas, previsto para ser divulgado no dia 4 de abril. Esse quadro foi demonstrado pelo provão, realizado no ano passado com alunos de engenharia civil, direito e administração. Os piores Os alunos das instituições privadas compõem a imensa maioria dos que tiveram desempenho ruim no provão. Essas instituições demonstraram que não têm, hoje, condições mínimas de qualidade. O resultado é dividido em cinco categorias, de A a E. As faculdades privadas preenchem quase integralmente as faixas D e E. As poucas faculdades públicas com as piores notas baixas estão nessa situação porque muitos alunos entregaram as provas em branco. Levaram zero e baixaram a média da faculdade. O boicote foi patrocinado pela UNE (União Nacional dos Estudantes). O Ministério da Educação tem verba de US$ 1 bilhão para ajudar a melhorar o ensino superior. Parte desses recursos pode ir para escolas privadas em forma de empréstimo. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também pode conceder empréstimos de longo prazo às faculdades privadas. Guia Os técnicos do Ministério da Educação dispõem, agora, de um guia para sugestões. O documento vai exibir, além das notas, as características de cada faculdade, como o número de alunos por professor, percentual de professores com curso de mestrado e doutorado e número de professores em regime de dedicação exclusiva. Texto Anterior: Santos registrou queda de 11% em 96 Próximo Texto: Dado não é novo, diz UNE Índice |
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