São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997 |
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Dado não é novo, diz UNE
DA REPORTAGEM LOCAL O presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Orlando Silva Júnior, diz que o resultado do provão não traz novidades."O governo gastou milhões para provar o que todo mundo já sabia. A grande maioria das faculdades particulares se resume a fábricas de diplomas com desempenho sofrível", disse. Ele afirmou que a falta de qualidade das particulares deve-se à falta de fiscalização do governo federal. "O MEC autoriza burocraticamente o funcionamento de novos cursos. Falha-se na autorização e na fiscalização", afirmou. Antonio Marcondes Mendes de Almeida Jr., vice-presidente da Associação Nacional de Graduação em Administração (Angrad), ressalta que não teve acesso aos dados do MEC, mas afirma que o que foi divulgado não o surpreende. "Cursos privados têm se proliferado nas últimas décadas, muitos sem a devida qualidade", diz. Para Almeida Jr., o MEC foi "permissivo demais" na autorização a novos cursos, o que permitiu que instituições mais interessadas no lucro que na qualidade do ensino se estabelecessem. Paulo Roberto Guimarães, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), considera um erro afirmar que os cursos privados são piores com base apenas nos resultados do provão. "Boa parte das escolas públicas é mais preocupada com a formação acadêmica, porque pretende formar pesquisadores. E boa parte das privadas tem ênfase na aplicação tecnológica, voltada ao mercado", diz. Assim, o provão teria favorecido as públicas. "Mas esse é apenas um dos critérios de avaliação. Sem analisar composição do corpo docente e colocação do formado no mercado de trabalho, por exemplo, não se podem tirar conclusões." A Folha procurou ontem dirigentes das seguintes instituições, que não foram encontrados por suas assessorias ou não quiseram se manifestar: Unip, FMU, PUC-SP, Universidade de Mogi das Cruzes, USP, Unicamp, OAB-SP e CRA-SP. Texto Anterior: MEC quer 'salvar' faculdades privadas Próximo Texto: Ministério analisa 4.000 novos pedidos Índice |
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