São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Alimentos pressionam e IPC vai a 0,10%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os alimentos subiram em São Paulo e fizeram a taxa de inflação reverter a tendência de baixa registrada até fevereiro. Pesquisa da Fipe mostrou que os preços subiram, em média, 0,10% na primeira quadrissemana deste mês, contra alta de apenas 0,01% em fevereiro.
A taxa de inflação vai continuar subindo na próxima quadrissemana, principalmente devido à maior pressão dos preços dos alimentos. A pesquisa da Fipe terminou no último dia 7. Já a do custo da cesta básica do Procon/Dieese, realizada no dia 11, mostrou aumento médio acumulado no preço dos alimentos de 0,92% neste mês. A Fipe ainda vai incorporar esse aumento na segunda quadrissemana.
A partir da segunda quinzena do mês, no entanto, afirma Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, a taxa deve recuar e ficar próxima à de fevereiro.
Para o economista, o comportamento da taxa em março vai depender de vestuário. Se os preços continuarem a cair, como ocorreu no mesmo período do ano passado, pode até haver queda geral nos preços médios para os paulistanos.
A alta dos alimentos na primeira quadrissemana do mês foi de 1,09%, contra 0,76% no mês passado. Na primeira quadrissemana de março a Fipe comparou os preços médios dos últimos 30 dias, até o dia 7, com a média dos 30 dias imediatamente anteriores.
Café e açúcar
Pressão maior vem dos alimentos industrializados (mais 1,87%), devido aos aumentos de preço do café em pó (15%), açúcar (5%) e óleo de soja (3%). No setor dos "in natura" houve repique de preços, com o aumento médio ficando em 3,58%.
Os custos com habitação estão subindo menos para os paulistanos. O recuo se deve à menor pressão dos aluguéis residenciais, que subiram 1,64% no período.
Os preços nos setores de transporte e de despesas pessoais se mantiveram estáveis. A Fipe constatou que continuam as promoções de gasolina, e que elas estão começando também no setor de bebidas.
A principal queda de preços no mês fica para o setor de vestuário. Nos últimos 30 dias até 7 de março, os preços caíram 4,11% no setor. Roupas de mulher (-7%) e de crianças (-4%) lideraram a baixa.
O setor de educação também registrou queda, motivada pela retração de preços de material escolar (-1,93%).
ABC
Na região do ABC paulista os preços subiram, em média, 0,28% na primeira quadrissemana de março. A maior pressão também veio dos alimentos, que ficaram 0,87% mais caros. Os dados são do Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior) de São Caetano.

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