São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Martini nega falha na pista no caso Senna

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O ex-piloto de Fórmula 1 Pierluigi Martini disse ontem em Imola, durante o julgamento que apura as responsabilidades pela morte de Ayrton Senna, que a pequena depressão que antecede a curva Tamburello não foi responsável pelo acidente com o carro do brasileiro.
A pequena saliência fazia o fundo do carro de F-1 bater no asfalto, produzindo faíscas e, posteriormente, mudando ligeiramente sua trajetória. Essa mudança é conhecida pelos pilotos como "bump".
"Comigo nunca aconteceu que um 'bump' tenha quebrado a barra de direção", disse o Martini, que participou do GP de Imola correndo pela equipe Minardi.
Martini disse que é muito comum em vários autódromos do mundo o fundo do carro de F-1 tocar o asfalto.
O ex-piloto italiano foi chamado pelo promotor Maurizio Passarini por ser um "bom conhecedor" da curva onde Senna sofreu um acidente durante as primeiras voltas do GP de San Marino de 1994, disputado no circuito de Imola.
O promotor defende a tese de que a equipe Williams seja a responsável pela morte de Senna por causa do rompimento da coluna de direção do carro do brasileiro. Segundo Passarini, a barra de direção estava mal soldada.
Com a quebra da barra de direção, Senna bateu no muro e um pedaço da suspensão de seu carro furou o seu capacete.
"Um piloto como o Senna não sairia da curva Tamburello se não tivesse um problema no carro."
Martini afirmou que 15 dias antes do GP os pilotos haviam alertado a organização da corrida sobre o problema na pista e que os reparos efetuados foram suficientes.
"Na minha opinião, o circuito não pode ser responsabilizado pela morte de Senna."
O ex-piloto italiano disse estar surpreso com a decisão de haver um julgamento sobre a morte do piloto brasileiro.
"Os pilotos sabem dos riscos quando decidem dirigir um Fórmula 1. Correr na categoria é um perigo. Eu não entendo a razão de se investigar tão exaustivamente as responsabilidades do acidente."
Também testemunharam ontem oito comissários de pista que estavam no autódromo de Imola no dia da corrida.
Todos os comissários negaram que haviam objetos na pista durante a corrida que poderiam ter danificado o carro do piloto brasileiro.
Martini disse que Senna queria convocar os pilotos após o GP de Mônaco daquele ano para discutir as condições de segurança da categoria.
O julgamento está suspenso até o dia 17 de março, quando o ex-piloto Michele Alboreto será ouvido.

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