São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Concerto lança projeto de reforma da Júlio Prestes

Orquestra Sinfônica do Estado se apresenta

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Fanfare for a Common Man", do compositor norte-americano Aaron Copland, abriu anteontem, às 20h50, o concerto de lançamento do projeto de transformação da estação Júlio Prestes em sala de concertos e sede permanente da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo).
US$ 25 milhões e dois anos de trabalho devem ser consumidos na reforma do hall de 3.000 metros quadrados e mais de 50 anos de idade, localizado na região central de São Paulo.
O concerto era fechado, mas havia mais convidados que lugares disponíveis, o que obrigou muita gente a assistir à apresentação em pé. Em meio ao calor, palmeiras, cadeiras de metal, falatório e colunas estilizadas, personalidades como o governador do Estado, Mário Covas, o secretário estadual da Cultura, Marcos Mendonça, e o presidente da Fundação Padre Anchieta, Jorge Cunha Lima.
A abertura foi hollywoodiana, com jogo de luzes e o maestro John Neschling espalhando o naipe de metais pelo andar superior da sala. Os sons encheram o prédio de maneira impressionante, mas há problemas de reverberação que a reforma precisa corrigir.
Depois, um telão exibiu um vídeo institucional de dez minutos, propagandeando as realizações da Secretaria Estadual da Cultura e contando a história da estação Júlio Prestes, com depoimentos de Neschling e do spalla da orquestra, o violinista Cláudio Cruz.
No vídeo, afirmou-se que a sala pretende rivalizar com as melhores do mundo e servir para a gravação de CDs.
Em seguida, a orquestra executou o Hino Nacional Brasileiro, de Francisco Manuel da Silva (uma das peças preferidas do antecessor de Neschling, Eleazar de Carvalho), e "Batuque", terceiro movimento da suíte "Reisado do Pastorcio", do carioca Oscar Lorenzo Fernandez, cujo centenário se comemora neste ano.
A escolha de Copland e Fernandez marcam a intenção de Neschling de fazer a Osesp tocar compositores do continente americano, cuja música ele planeja gravar. A apresentação terminou com a "Sinfonia nº 7", de Beethoven.
Se tudo correr como planeja a secretaria, não apenas a sala, mas também a orquestra será bastante diferente.
Em junho, os músicos da Osesp serão submetidos a teste. Em outubro, a orquestra estréia com nova estrutura, e os instrumentistas que sobreviverem à seleção passarão a ganhar um salário três vezes maior que seus atuais R$ 1.500.
Além da Júlio Prestes, a Osesp deve apresentar óperas de câmera no teatro São Pedro, que atualmente está sendo reformado. Sua reabertura está prevista para o início do ano que vem, com a ópera "A Flauta Mágica", de Mozart.
O maestro John Neschling retorna agora para a Europa. Em maio, ele grava CD com Plácido Domingo e reinaugura o teatro Massimo, de Palermo (Itália).

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