São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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ABPD lança campanha publicitária antipirataria

ERIKA SALLUM
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) acaba de lançar no Brasil sua primeira campanha publicitária contra a pirataria na indústria fonográfica.
A campanha é voltada para lojistas e setores da polícia e do Judiciário, e um de seus objetivos principais é esclarecer as pessoas que estão em contato direto com o mercado de discos e fitas cassete.
"Queremos buscar parcerias com esses segmentos", explica o secretário-executivo da ABPD, Roberto Souto.
Esse "combate publicitário" à pirataria consiste na distribuição de cartazes nos postos de vendas de discos, de apostilas explicativas aos lojistas e de calendários para funcionários da polícia e do Judiciário.
Os cartazes e calendários incluirão textos para alertar as pessoas sobre perdas causadas por essa atividade ilegal.
A pirataria gera um prejuízo anual de R$ 165 milhões, só de impostos não recolhidos e sonegação fiscal, segundo dados divulgados pela ABPD.
Souto diz que é preciso esclarecer ao lojista que vender produtos falsificados também é crime: "Você se torna co-autor do delito".
Tanto os calendários -distribuídos por mala direta- como os cartazes -fornecidos pelas gravadoras- terão tiragem de 50 mil exemplares, mas esse número pode aumentar dependendo da demanda.
A campanha antipirataria também lança um serviço telefônico para denúncias e esclarecimentos. Por meio do telefone 0800-11-57-51, pode-se fazer denúncias anonimamente, assim como tirar dúvidas sobre produtos piratas.
Para 1997, está previsto um orçamento de R$ 1,2 milhão para a campanha. "Esperamos reduzir bastante essa atividade ilegal, mas para isso teremos de contar com a ética e a moral dos vendedores", afirma Souto.
Para tornar seu combate mais eficaz, a ABPD lançou no início deste ano um selo holográfico. O adesivo está sendo colado em todos os lançamentos de 97 e vem com a marca da Federação Latino-Americana de Produtores de Fonogramas.
Entre os artistas mais pirateados, estão Amado Batista, Netinho, Skank e Só pra Contrariar, além de trilhas sonoras de telenovelas.
Cerca de 60 milhões de cassetes piratas são comprados todos os anos, enquanto a indústria legal vende apenas 4 milhões de fitas no mesmo período.

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