São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Prédio do Dops poderá sediar Universidade Livre de Música

"Departamento é mastodômico", diz diretor da ULM

DA REPORTAGEM LOCAL

O prédio do extinto Dops (Departamento de Ordem Política e Social), no centro de São Paulo, será transformado em um centro cultural.
O secretário estadual da Cultura, Marcos Ribeiro de Mendonça, disse ontem que no prédio, no largo General Osório, serão instaladas salas de dança, de música e teatros.
Uma das hipóteses, ainda não confirmada, é a mudança da Universidade Livre de Música, que funciona atualmente na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Bom Retiro, para o local.
"Por enquanto contamos só com a decisão de transformar o local em um grande centro de artes. Não temos detalhes do projeto e de quando começarão as obras de reforma", disse Mendonça.
Segundo o secretário, o prédio do Dops foi escolhido para ser transformado em centro cultural para "simbolizar a mudança de um local historicamente repressor em ambiente artístico".
Além disso, o prédio fica próximo à estação Júlio Prestes, que foi passada para a Secretaria da Cultura e será a sede da Orquestra Sinfônica Estadual.
A escolha da estação -que deverá passar por reformas- aconteceu após a visita de engenheiros estrangeiros ao Brasil para projetar uma reforma no Memorial da América Latina.
Em visita à estação, consideraram que o espaço pode ter a acústica para se transformar na melhor sala de concertos do mundo. A reforma atraiu a atenção da associação Viva o Centro, de revitalização da área central da cidade da Júlio Prestes. A transformação do prédio do Dops em centro cultural seria mais um passo nesse sentido.
Mas, para que isso realmente aconteça, é preciso transferir todos os policiais e funcionários do Decom (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor), órgão que atualmente ocupa o prédio.
Essa transferência está sendo negociada entre as secretarias da Cultura e da Segurança Pública e, por enquanto, não se sabe para onde o Decom seria transferido.
"A transformação do Dops representa a recuperação do conjunto arquitetônico do bairro da Luz", completou o secretário.
O diretor da Universidade Livre de Música (ULM), Aylton Escobar, é favorável à transferência de sede do órgão. "É um departamento mastodôntico, precisamos de um prédio maior. Estamos à espera de que isso aconteça, porque, para nós, é extremamente interessante", afirmou.
Atualmente, os 2.500 alunos da ULM dividem o prédio da rua Três Rios, no Bom Retiro, com a Oficina Cultural Oswald de Andrade.
"Hoje temos um convívio agradável com a oficina, mas de qualquer maneira os tetos do prédio são muito baixos. Uma banda sinfônica tocando numa sala com esse pé direito oferece problemas de ordem médica aos músicos. É insalubre", disse Escobar.
Segundo o diretor, uma das possibilidades aventadas no passado para uma nova sede para a ULM foi o prédio do colégio Caetano de Campos, na praça da República, onde funciona atualmente a Secretária Estadual da Educação.
"O prédio é de uma escola, que formou vários músicos importantes, como Guiomar Novaes, e, além disso, tem um teatro", disse.

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