São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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Associação amplia mandato de diretores

Gestão curta no GIV era causada pela doença

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na próxima semana, a assembléia do GIV -Grupo de Incentivo à Vida de São Paulo- se reúne para ampliar o mandato de seus diretores.
A gestão atual tem duração de um ano. O período do mandato consta dos estatutos do GIV -entidade que reúne portadores do HIV-, fundado em 90.
"A gestão curta era uma espécie de precaução, porque muitos caíam doentes e outros morriam", diz o professor de filosofia e atual presidente Eduardo Luiz Barbosa, 36.
Por essa razão, eram eleitos dez diretores, entre eles três vogais, que poderiam assumir a presidência a qualquer momento. "Mas hoje estamos vivendo mais, não precisamos de tantas trocas e queremos mais tempo para nossas gestões."
Não se trata de uma manobra para reeleição, no estilo FHC. A reeleição é permitida no grupo e Barbosa deve ser escolhido para um segundo mandato nas eleições que acontecem amanhã. "Só queremos gestões mais duradouras", afirma Barbosa.
Os presidentes anteriores do GIV também ficaram por mais de um mandato. O psicólogo José Roberto Peruzzo, fundador do grupo e primeiro presidente, ficou até sua morte, em 1993.
O seguinte afastou-se por doença, mas todos os que o sucederam na presidência continuam bem de saúde. No grupo, há pelo menos 30 associados com mais de cinco anos de HIV.
Em março de 96, o GIV fez uma festa para comemorar aqueles que já tinham o vírus há dez anos. Foi uma homenagem ao psicólogo Valter Gallego, que em março de 1986 tinha ouvido dos médicos a notícia de que morreria em algumas semanas.
Gallego procurou a médica Célia Barolo, que garantiu: "Ainda vamos comemorar o décimo aniversário dessa data." Na festa, Célia e uma dezena de soropositivos apagaram as velinhas.
(AB)

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