São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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Consorciado terá seguro, anuncia o BC

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

As empresas administradoras de consórcio conhecerão até o final deste primeiro semestre a nova regulamentação para o setor, segundo informou ontem o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, durante o Congresso Nacional de Administradores de Consórcio, que está sendo realizado em Belo Horizonte.
Entre as novas regras anunciadas por Loyola estão a liberdade de prazos para a quitação dos consórcios, de acordo com decisão de cada empresa, e a criação de um fundo garantidor de crédito para os consorciados.
Esse fundo garantidor vai funcionar como um seguro para o consorciado, nos mesmos moldes do seguro bancário, que devolve até R$ 20 mil para os aplicadores das instituições financeiras liquidadas.
No caso de um consórcio ser liquidado, por exemplo, as pessoas que formam um determinado grupo poderão migrar para outro consórcio sem qualquer prejuízo.
Administradoras
"Essa idéia pode e deve ser aplicada para os consórcios, como foi feito com os bancos. Isso vai dar confiabilidade", disse Loyola.
Atualmente existem no país 464 empresas de consórcio, que operam com automóveis, eletroeletrônicos, motos, imóveis residenciais e bilhetes aéreos.
Quase todas as propostas para a nova regulamentação foram encaminhadas ao BC pelas próprias empresas. Mas os organizadores do encontro gostaram da boa receptividade do governo às suas propostas.
"Gostamos muito da fala dele, principalmente quando falou da auto-regulação", disse Vítor Bonvino, presidente da Abac (Associação Brasileira de Administradores de Consórcio).
Segundo Loyola, no futuro a intenção do BC é promover a auto-regulação, deixando que as próprias empresas cuidem do setor.
A nova regulamentação, segundo Loyola, vai reforçar a exigência de capital das empresas. Se quiserem expandir, terão que elevar o seu patrimônio. Essas medidas visam a impedir as liquidações de empresas ocorridas nos últimos anos.
Desde março de 1990, foram liquidadas 70 empresas e outras 70 foram impedidas de captar novos grupos de consorciados em função de descumprimento das normas do BC. Atualmente existem cerca de 2,5 milhões de consorciados no país.

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