São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997 |
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Flamengo nega caixa 2 e acusa goleiro
MÁRIO MAGALHÃES
Em entrevista publicada ontem pela Folha, o jogador afirmou que o clube carioca faz pagamentos "por fora, no que seria o caixa dois". O vice-presidente de Futebol do Flamengo, Michel Asseff, acusou ontem Sérgio de "ter ficado com o dinheiro da caixinha dos jogadores" quando deixou a equipe, em novembro. O dirigente negou que o clube mantenha "caixa dois", expressão que designa contabilidade paralela para pagar menos impostos. A soma arrecadada é repartida entre eles, normalmente no fim de ano. Asseff disse que recebeu a informação do vice-presidente de Finanças do Flamengo, José Dirceu Franco de Lima, mas que não sabe o valor do suposto prejuízo, nem se a versão já havia sido divulgada. Credores "Não reconheço a dívida, ao contrário", afirmou Asseff. "O Flamengo é credor do Sérgio. Ele não jogou porra nenhuma aqui. O que tomou foi frango. Se você quiser saber a minha opinião, ele é um péssimo goleiro." O jogador, hoje na Inter, de Limeira (SP), disse que o clube lhe deve R$ 20 mil, equivalentes aos meses de outubro e novembro de 1996, de um pagamento mensal de R$ 10 mil que o Flamengo lhe fazia como ajuda de custo para alimentação, transporte e moradia. O goleiro disse que só gastava R$ 3.000 por mês com essas despesas. Ele acusou o Flamengo de não ter depositado a parcela mensal (8%) do salário no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Advogado tributarista, Asseff disse que não há sonegação fiscal no pagamento de ajudas de custo de até R$ 25 mil mensais, como a que seria feita a Joel Santana, técnico do clube até dezembro. Imposto de Renda "Até porque o Flamengo ainda não fez a sua declaração de renda do ano passado. Se porventura a nossa contabilidade deixou de reter na fonte qualquer imposto, ainda há tempo de pagar." Embora Joel Santana, atual técnico do Botafogo, não tenha afirmado à Folha que o Flamengo lhe deve, Asseff falou sobre ele. "O Joel, coitado, não sabe nem o que fala. Ele tinha um contrato com o Flamengo na pessoa física num valor. Pela pessoa jurídica (empresa), noutro valor." "Joel tem uma firma que prestou serviços ao Flamengo. Ele tem que me dar nota fiscal para receber. Se não trouxer a nota fiscal da firma que diz ter, não vai receber." Asseff negou que Joel ganhasse R$ 100 mil mensais. "Você acha que o Flamengo vai pagar R$ 100 mil ao Joel? Só se a gente achasse esse dinheiro na rua." Ele afirmou que hoje o clube decidirá se tomará alguma medida judicial contra Sérgio. A polêmica sobre as contas do Flamengo surgiu com a entrevista de Sérgio e publicação pela Folha de recibos que registravam suposta ajuda de custo a jogadores e treinador, nos valores de R$ 25 mil, R$ 15 mil, R$ 10 mil e R$ 6.000. Texto Anterior: Criatividade atrai público no Brasileiro Próximo Texto: Marques não reconhece recibo 'por fora' Índice |
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