São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 1997
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Integrantes da banda sueca não se abalam com o sucesso

Grupo, que compôs "Lovefool", diz que fama não traz dinheiro

EDIANA BALLERONI
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM MIAMI

Eles são jovens, bonitos, inteligentes e bem-comportados, sem qualquer afetação ou estrelismo.
The Cardigans, a banda sueca que canta "Lovefool", da trilha de "Romeu e Julieta", deu entrevistas à imprensa latino-americana anteontem, em Miami.
No hotel Biltmore, três dos cinco integrantes da banda -Magnus Sveningsson, 24, baixista, Lars Johansson, 24, guitarra e teclados, e Peter Svensson, 23, guitarra- conversaram com a Folha. Enquanto isso, Nina Persson, 22, letras e vocal, e Bengt Lagerberg, 23, bateria e flautas, davam entrevistas a outros jornais.
O grupo já está no terceiro álbum. "Emmerdale", de 1994, "Life", de 95, e "First Band on the Moon", de 96, somam vendas de 1,5 milhão de discos em todo o mundo. O single "Lovefool" é escutado diariamente nas rádios norte-americanas por 53 milhões de pessoas.
Com esses números, os Cardigans não podem mais ser exatamente incluídos no universo indie. No último ano, os meninos não passaram mais de duas semanas seguidas em casa.
Magnus e Peter são amigos há dez anos. Tocaram em bandas de rock antes de se juntarem aos demais para formar o grupo.
E por que esse nome? "Eu pensei em alguma coisa aconchegante, que abraçasse. Saiu Cardigans", explica Peter.
Quando indagados sobre suas influências musicais, a resposta, em uníssono, é Tore Johansson, o produtor da banda.
"Ele é brilhante", disseram os rapazes, acrescentando que o produtor conhece absolutamente "tudo" de música.
O grupo tem uma explicação bastante politizada para o fato de a social-democrata Suécia estar sempre gerando bandas que se transformam em hits.
"Você tem muitas opções na Suécia. Desde criança, a escola, a família, a sociedade te estimulam a ser criativo. E é possível sobreviver de arte", diz Peter.
A banda não está rica. Magnus se queixa que ainda não deu para comprar um carro. Mas reconhecem que isso é provavelmente questão de tempo.
"Este é o hotel mais sofisticado em que ficamos até hoje. Nós viajamos muito de ônibus. É errada essa idéia de que, com a fama, vem um monte de grana. Não ficamos por aí, andando com modelos", diz Magnus.

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